Obama termina mandato com acordos, mas falha em inação sobre questão síria

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2017 10h14
EFE/Shawn Thew Barack Obama

Em julho de 2008, em meio ao verão na Alemanha, o candidato à presidência dos Estados Unidos estremecia a capital Berlim.

Em um discurso poderoso e histórico realizado no meio da campanha eleitoral, o democrata pregava uma união maior entre europeus e americanos e pedia a queda de muros que separam religiões e nações ao redor do mundo.

A “Obama Mania” sacudiu o planeta e trouxe esperanças de tempos mais pacíficos. Como prometido na campanha, o presidente acabou com as guerras do Afeganistão e do Iraque. No primeiro ano na Casa Branca, ele recebeu o bastante contestado Nobel da Paz de 2009. 

Nos últimos oito anos, o democrata enfrentou diversas questões internacionais. Mas o professor de Relações Internacionais da FAAP Marcus Vinicius de Freitas lembrou que Obama conseguiu lidar com os problemas sem levar os Estados Unidos a uma guerra. “Só o fato de ter levado a situação sem engajar os EUA em novas guerras, isso é uma coisa muito positiva dele”, disse.

O fim das guerras do Iraque e do Afeganistão, a reaproximação com Cuba, o acordo nuclear do Irã e a morte de Osama Bin Laden são as grandes vitórias da gestão Obama.

Mas enquanto a Al Qaeda perdia força, o democrata não via o surgimento de uma ameaça ainda maior: o Estado Islâmico.

Uma inação perigosa na visão de Marcus Vinicius de Freitas: “a ação equivocada de Bush no Iraque e inação de Obama na Síria ensejaram isso. Essa falta de atuação foi essencial para uma situação de terrorismo globalizado e que parece não ter sinais de reversão”. O vácuo deixado no Oriente Médio fortaleceu na visão dos especialistas a Rússia.

Aliado do presidente sírio Bashar al-assad, Vladimir Putin aparece como um líder mundial mais influente do que Obama.

A relação entre os dois países piorou nos últimos anos. A Casa Branca anunciou sanções contra Moscou no fim do ano.

O que tudo indica agora é que Trump deve aliviar as punições impostas por Obama, aproximando o seu governo das ações russas.

*Informações do repórter Victor LaRegina

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