Obrigatoriedade da Petrobras poderia adiar a exploração do pré-sal
Em sessão tumultuada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (06) o projeto de lei que retira a obrigatoriedade da participação da Petrobras na exploração do petróleo do pré-sal.
Na visão da comentarista Denise Campos de Toledo, apesar dos protestos, o resultado não deve ser tão maléfico para a estatal. A Petrobras está com sérios problemas financeiros e tem a necessidade real de reduzir seus investimentos, ou não terá fôlego para cumprir a obrigatoriedade de exploração. “Essa obrigatoriedade poderia, na verdade, acabar adiando a exploração do pré-sal”, afirma.
Atualmente, a lei que institui o regime de partilha do pré-sal estabelece que a exploração deverá, necessariamente, contar com pelo menos 30% de participação da Petrobras. Com o argumento de que a empresa não tem mais condições de arcar com essa obrigatoriedade, o projeto põe fim e essa obrigação, tornando facultativa à empresa a decisão de participar dos consórcios de exploração desses campos.
Além disso, o texto também retira a obrigatoriedade de que a companhia estatal seja a operadora dos campos. O atual marco regulatório do pré-sal determina que a Petrobras deverá atuar como operadora, o que significa ser responsável diretamente por todas as partes da exploração, da prospecção dos campos à venda do óleo.
O texto foi aprovado por 292 votos a favor, 101 contrários e uma abstenção. O projeto de lei é originário do Senado, de autoria do senador licenciado José Serra (PSDB-SP), e deve seguir para sanção do presidente Michel Temer se não receber emendas que modifiquem o mérito da matéria na próxima votação.
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