OMS muda padrão para medição de fetos e ignora referência americana
Com a ajuda do Brasil, a Organização Mundial de Saúde atualizou o padrão internacional de crescimento de fetos, um parâmetro que serve para avaliar as condições do bebê ainda dentro da barriga da mãe.
Até ontem, por incrível que pareça, as referências usadas em todo o planeta vinham de países desenvolvidos, especialmente dos Estados Unidos.
Logo, o padrão genético e biológico de lugares como Índia, era ignorado. Pior. A referência anglo-saxônica das mães brancas americanas fazia com que médicos concluíssem diagnósticos equivocados para grávidas “fora dos padrões”.
Um bebê com o peso um pouco abaixo do “normal” podia gerar uma indicação incorreta de dieta calórica à gestante e outros problemas correlacionados, apontou o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo da Silva Vaz. “Essas crianças que têm baixo peso podem depois recuperar, crescer muito depois que nascem e podem contribuir para que aumentem as doenças crônicas não transmissíveis”, disse.
As medidas devem constar agora na configuração dos aparelhos de ultrassom. Para o pediatra, a atualização das referências é uma tendência da medicina moderna: “você vê que a OMS fez isso para o crescimento pós-natal”.
A nova referência da OMS foi elaborada com ajuda da Unicamp e contou com a participação de 10 países. Dentre eles, Argentina, República Democrática do Congo, Dinamarca, Egito, França e Tailândia.
O padrão levanta a possibilidade de os novos resultados permitirem diagnósticos mais precisos de condições como a microcefalia, ainda durante a gestação.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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