Oncologista diz que casos de câncer decorrentes da carne processada são bem inferiores aos do tabaco

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2015 11h10
Hot dogs in rolls Folhapress Hot dog

 A Organização Mundial da Saúde colocou o bacon, presunto e outras carnes processadas entre os alimentos que podem causar câncer. Eles foram incluídos em um grupo de itens em que há evidências suficientes de ligação com a doença, assim como o tabaco, amianto e fumaça de diesel. De acordo com o relatório da OMS, para cada porção diária de 50 gramas de carne processada, o risco de câncer no intestino aumenta em 18%.

O diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Hoff, diz que o percentual do risco das carnes processadas está bem abaixo do tabaco: “No mundo todo nós temos mais ou menos 8 milhões de casos de câncer por ano. A carne processada é responsável por algo em torno de 34 ou 35 mil casos. Então sim, o consumo tem associação com a doença, mas o percentual não chega a ser próximo, por exemplo, aos casos decorrentes do uso do tabaco”. O médico acrescenta que o risco está no processo de conservação do alimento e, por isso, a carne vermelha não entrou na lista.

A nutricionista Maria Cecília Corsi aconselha que o melhor caminho para evitar a doença é manter uma dieta variada: “Você não pode comer bacon todo dia, não é indicado comer embutidos todos os dias e, para o organismo, não é necessário comer carne vermelha todos os dias. Precisa ter uma alimentação variada. Se comer carne vermelha duas vezes por semana já é excelente.” Ela defende que as pessoas não devem superestimar o relatório da OMS e riscar para sempre da lista o consumo desses alimentos.

A OMS classificou a carne vermelha como um possível alimento carcinógeno, indicando que necessita de mais pesquisas para colocá-la no grupo principal.

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