Onze senadores redigem manifesto contra política econômica

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2015 12h03
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Reinaldo, agora há petistas sabotando abertamente o governo Dilma?

O deputado petista Valmir Prascidelli (PT) descobriu que sou um crítico do PT!!! Ulalá! E está bravo comigo. Deve achar que sou quem cria dificuldades para o governo Dilma. Eu não! No máximo, tento impedir a presidente de fazer besteira, levando, por exemplo, para a OEA Guilherme Patriota, um homem que tem Marco Aurélio Garcia e Emir Sader como guias intelectuais. Em muitos aspectos, quem diria?, eu defendo mais medidas propostas pela governanta do que alguns petistas. A coisa não tem a sua graça?

É bem verdade que eu defendo, desde o primeiro momento, o pacote fiscal sem abrir mão de acusar o estelionato do PT. E, dessa parte, mesmo os companheiros dilmistas não gostam. Eles querem esquecer o passado. Não dá. Mas notem: eu não tenho voto, né? O meu “sim ou o meu “não” às MPs do ajuste fiscal não aparecem no painel eletrônico.

A oposição, ao dar combate às propostas, cumpre o seu papel. É minoria e lhe cabe resistir, muito especialmente porque, na campanha eleitoral, Dilma afirmou o contrário do que está fazendo. É uma posição política. Não é sabotagem. Eu, que pretendo ver o PT longe do poder por muitos anos, apoio o pacote fiscal porque entendo que, sem ele, será pior para o país. Pacote sim, PT não! Também é uma posição política. E técnica. Não é adesão. Meu “voto” não tem valor nenhum.

Mas e os parlamentares da base que se organizam contra o pacote, que militam contra, que votam contra? Bem, aí me parece haver uma espécie de sabotagem mesmo. Um grupo de 11 senadores redigiu um “manifesto” contra a política econômica do governo e anunciou que votará contra a MP 665, a que restringe o acesso ao seguro-desemprego e que só foi aprovada na Câmara graças aos votos do DEM e do PSB, formalmente de oposição.

Eis os signatários: Lindbergh Farias (PT-RJ), Paulo Paim (PT-RS), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Roberto Requião (PMDB-PR), Cristovam Buarque (PDT-DF), Lídice da Mata (PSB-BA), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), João Capiberibe (PSB-AP), Roberto Rocha (PSB-MA), Hélio José (PSD-DF) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Atenção! Não se pode dizer que os paramentares do PSB sejam da base. Não são. O psolista Randolfe também não. Está à esquerda do governo. Os outros seis são — muito especialmente Lindbergh Farias e Paulo Paim, não é?, ambos petistas.

Olhem aqui: a oposição pode, sim, votar contra o pacote sem ter de oferecer uma alternativa a Dilma, mas a base governista, convenham, tem, então, de apontar uma saída. Há muito tempo afirmo que, se há conspiração contra o governo, como gostam de apontar alguns petistas, seus protagonistas devem ser buscados na própria base, no PT muito especialmente. Na Câmara, não custa lembrar, nove “companheiros” se ausentaram — incluindo o lulista Vicentinho (SP) —, e um votou contra.

Dilma teria de chamar os petistas para explicar que esse partido gigante e a conquista de um quarto mandato também se devem às muitas irresponsabilidades praticadas nos três primeiros: agora chegou a hora da contenção e de acertar as contas. Sabem como é… Petistas foram feitos para atacar adversários e para cair nos braços do povo. Não estão preparados para defender as, como é mesmo?, “medidas amargas”. Afinal, isso era coisa que só aconteceria se Aécio tivesse vencido a eleição, né?

Que gente!

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