Operação da PF contra corrupção na Caixa mira Geddel, ex-ministro de Temer

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2017 09h40
Brasília - Geddel Vieira recebe o manifesto de apoio ao ministro chefe da secretaria de governo, do deputado André Moura (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato / Agência Brasil Ex-ministro Geddel Vieira Lima é alvo de denúncias de tráfico de influência

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (13) a Operação Cui Bono, para investigar esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica Federal, que teria ocorrido, pelo menos, entre 2011 e 2013. À época, o ex-secretário de governo do presidente Michel Temer, Geddel Vieira Lima, era vice-presidente de Pessoas Jurídicas do banco estatal.

Geddel é o principal alvo da operação. Policiais federais cumprem 7 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais no Distrito Federal, Bahia, Paraná e São Paulo.

A operação foi deflagrada, segundo a polícia, após a análise de “intensa troca de mensagens” entre Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, hoje preso na Operação Lava Jato, e Geddel Vieira Lima. O celular de Cunha no qual foram encontradas as mensagens foi apreendido em dezembro de 2015 na casa do peemebista durante a Operação Cailinárias, estava em “desuso” e foi submetido à perícia.

Segundo a Polícia Federal, “as mensagens indicavam a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos junto à Caixa Econômica Federal, o que pode indicar a prática dos crimes de corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro”.

Além de Geddel, o esquema seria composto pelo então Vice-Presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, pelo Vice-Presidente de Gestão de Ativos, por um servidor da CEF, empresários e dirigentes de empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias, de empreendimentos imobiliários, além de um operador do mercado financeiro.

Geddel

Após os indícios obtidos com a troca de mensagens entre Cunha e Geddel, o caso foi remetido ao Supremo Tribunal Federal pois envolvia pessoas com foro privilegiado. Com o agastamento dos investigados dos cargos públicos, o STF enviou as investigações para a Justiça Federal do Distrito Federal, que autorizou a operação desta sexta.

Geddel Vieira Lima ocupou o relevante cargo de ministro da Secretaria de governo de Temer de maio a 25 de novembro de 2016, quando renunciou ao cargo após forte pressão. Ele foi acusado de solicitar ao então ministro da Cultura, Marcelo Calero, a autorização de construção de um prédio na Bahia em que tinha apartamento. A obra fora proibida por órgão local ligado à pasta da Cultura por ultrapassar a altura permitida.

A expressão “cui bono” significa “a quem beneficia?” e pode indicar “que o responsável por algo pode não ser aquele que, a princípio, parece ser”.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.