Organizadores de evento no Jockey Club precisam entregar alvarás até 24/11

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2015 13h30
Reprodução Gestor de trânsito da CET fala sobre esquema especial nas imediações do Jockey durante o Lolapalooza

 Organizadores do Brahma Valley têm até 24/11 para entregar alvarás exigidos em inquérito sobre o evento, aberto pelo Ministério Público. O festival será realizado no final de semana dos dias 28 e 29/11, no Jockey Club, ao lado de inúmeras mansões do Cidade Jardim, bairro residencial de São Paulo. No evento haverá venda de bebida alcoólica e música sertaneja, funk e eletrônica durante toda a tarde e noite para 40 mil pessoas.

O Jockey Club é propriedade privada, tombada pelo município e pelo Estado, com escritura exclusiva para atividades hípicas, como as corridas de cavalos. O tombamento exige aval das duas esferas de poder, conforme é relatado no inquérito civil instaurado pelo Ministério Público.

O promotor Fernando Cecchi diz a Izilda Alves que até quinta-feira (19/11), quando iniciou o inquérito, o Brahma Valley não tinha os documentos: “Eles não haviam dado entrada no pedido de autorização junto a esses órgãos. Essas autorizações são indispensáveis por se tratar de um imóvel tombado”. Fernando Cecchi diz que, se a documentação não for apresentada, vai pedir à Justiça que determine a suspensão do Brahma Valley.

O promotor da área de Habitação e Urbanismo explica como se daria esse procedimento: “Em último caso, entrarei com uma medida judicial para oque o evento não ocorra. Se eles não cumprirem com todos os requisitos, eu vou entrar com uma ação civil pública, pedindo uma liminar para impedir a realização do evento”.

Moradores da região temem graves prejuízos com a realização do Brahma Valley. Entre as preocupações está o aumento do número de pessoas e carros nas ruas do bairro, elevando o risco de assaltos e vandalismo. Evitar a entrada de menores no megaevento promovido pela indústria da bebida também é uma das precauções do Ministério Público.

O promotor Fernando Cecchi salienta que os organizadores podem até preparar as estruturas necessárias, mas isso não evitaria a suspensão: “Eles podem montar, mas isso não garante que o evento vai ser realizado, até porque não haveria tempo hábil para montar toda a estrutura em dois ou três dias”.

Até a última quinta-feira (19/11), a Prefeitura não informava se os documentos necessários ao megaevento haviam sido entregues pelo Brahma Valley.

Os moradores estão apreensivos porque a subprefeitura do bairro é a do Butantã, que em setembro autorizou, sem alvará, um show de rock em uma mansão. A Rio Sunset by Rosa Chá reuniu setecentas pessoas na Rua Carpina, via residencial vizinha ao Jockey Club. Apesar de irregularidades confirmadas pelo fiscal que foi à mansão, a subprefeita do Butantã, Maria Rosa da Silva, disse que nada poderia fazer.

A festa causou vários prejuízos aos moradores, tais como som alto o dia todo, carros nas portas das garagens e gritaria de madrugada. No dia seguinte à Rio Sunset by Rosa Chá, a rua amanheceu imunda, com pinos de cocaína espalhados e forte cheiro de urina.

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