‘Argentina gosta de criar problemas para si’, diz Augusto Nunes sobre saída do Walmart do país
Uber Eats, Qatar Airways, Emirates e Air New Zealand são algumas das empresas que também deixaram a Argentina desde o agravamento da crise, piorada pelas consequências da quarentena
Com uma inflação anual de 40% e a maior taxa de desemprego em 16 anos, a Argentina luta para sair de uma crise econômica. Nesta sexta-feira, 6, o Walmart anunciou que venderá suas operações no país. Uber Eats, Qatar Airways, Emirates e Air New Zealand são algumas das empresas que também deixaram a Argentina desde o agravamento da crise, iniciada antes da pandemia, mas piorada pelas consequências da quarentena decretada pelo governo para enfrentar a Covid-19. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, “a Argentina gosta de criar problemas para si”.
“Toda crise argentina afeta negativamente a economia brasileira. Quando a Argentina vai bem ajuda a economia brasileira, então não faz sentido se divertir com problemas da Argentina. Mas eles gostam de criar problemas próprios. Precisava trazer de volta a vice-presidente, Cristina Kirchner, que foi presidente e só deu problema? E esse companheiro de chapa dela, o Fernández (atual presidente)? Ele não faz nada, só decreta a prorrogação da quarentena, e estão lá parados. Enquanto isso, quem poderia estimular a economia argentina vai embora. Não se perde uma empresa dessas em momentos de crise, mas a Argentina consegue”, afirmou Augusto. O Walmart Argentina começou a operar em 1995 e atualmente tem cerca de 9 mil funcionários em 92 lojas, incluindo as redes Changomas e Punto Mayorista. A empresa norte-americana não revelou o valor da operação no país, onde tem mais de 90 lojas, mas disse que o desinvestimento causará perda não monetária de cerca de US$ 1 bilhão após impostos em seu terceiro trimestre fiscal no próximo ano.
Fuga de dólares
A fuga de capital estrangeiro e as medidas do governo para conter a escassez de dólares pressionam a Argentina. O país já perdeu US$ 4 bilhões em reservas internacionais desde o início do ano – que somam hoje US$ 40 bilhões –, segundo dados do Banco Central argentino (BCRA, na sigla em espanhol). O cenário, agravado por duas recessões seguidas em 2018 e 2019, já impacta no cotidiano da população. Faltam alimentos e itens básicos nos supermercados de Buenos Aires e arredores. Para analistas, as prateleiras vazias são reflexo das recentes políticas de controle cambial adotadas pelo presidente Alberto Fernández na tentativa de estancar a sangria de dólares do país. Medidas para dificultar o acesso dos portenhos à moeda norte-americana já eram adotadas na gestão do liberal Mauricio Macri, mas foram endurecidas pela atual gestão da Casa Rosada, que tem Cristina Kirchner como vice-presidente.
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