Brasil retoma pragmatismo na diplomacia e lucra com isso, analisa Fiuza

Presidente Jair Bolsonaro realizou visitas oficiais à Rússia e à Hungria nesta semana

  • Por Jovem Pan
  • 17/02/2022 19h07
Reprodução/TV Brasil Bolsonaro e Orbán Bolsonaro ao lado do primeiro-ministro da Hungria, o conservador Viktor Orbán

A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia e à Hungria segue repercutindo no Brasil e foi um dos temas discutidos no programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan News. De acordo com o comentarista Guilherme Fiuza, foi uma demonstração de que o Brasil busca ter boas relações e negócios com todas as nações do mundo, em uma relação de diplomacia pragmática que estaria sendo retomada pelo presidente. Bolsonaro se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e agradeceu a ambos pelo apoio em relação ao período no qual o Brasil foi criticado internacionalmente pelas queimadas na Amazônia, afirmando que eles destacaram a soberania brasileira no assunto. O presidente deve retornar ao Brasil nesta sexta, 18.

“O Brasil está retomando a questão pragmática na sua diplomacia, essa é a principal questão em jogo. Durante uma década e meia, fez uma diplomacia de festim, de demagogia, supostamente terceiro-mundista. E hoje, por coincidência, boa parte do mundo que seguia o pragmatismo está numa diplomacia da bravata. Na questão ambiental, o presidente Bolsonaro foi muito claro em falar do alinhamento da Rússia, especialmente do presidente Putin, com o Brasil em relação à Amazônia. Não se iludam, isso não é uma questão ambiental, é uma questão de alinhamento político. Nós vimos no começo do governo Bolsonaro ele precisando do aval do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para não sofrer represálias, sabotagens, no âmbito das Nações Unidas. Ele chegou na primeira assembleia da ONU, em 2019, com o circo montado pelo [presidente francês Emmanuel] Macron com essa desculpa ambiental para estigmatizar o Brasil, e naquela época, os Estados Unidos afiançaram. O presidente Bolsonaro mencionou uma atitude similar do Putin em relação à Amazônia falando de soberania brasileira, mas o subtexto é o seguinte: uma nação dizendo que não vai compactuar com essas tentativas de garrote político, diplomático e comercial contra um país. Esses covardes tipo o Trudeau, Macron, mesmo o Boris Johnson, precisam trazer caricaturas, “nós somos os bonzinhos e aqueles lá do Brasil ou da Hungria são os malvados”. Essa discurseira infelizmente tomou conta da diplomacia, e o Brasil se destaca dela como país pragmático perante a comunidade internacional, e está lucrando com isso”, analisou Fiuza.

Confira a edição completa do programa Os Pingos Nos Is dessa quinta, 17.

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