‘China exporta o vírus e desrespeita contratos’, diz Augusto Nunes sobre impasses na liberação de insumos

‘É um espetáculo de arrogância no Brasil’, afirmou o comentarista; Rodrigo Maia agendou reunião com embaixador chinês para conversar sobre problemas na importação de material da CoronaVac

  • Por Jovem Pan
  • 19/01/2021 21h07
EFE/EPA/ALEX PLAVEVSKI Mulher de máscara anda mexendo no celular na China Laboratórios temem que haja a imposição de obstáculos na importação, já que os produtos estão na China

Para continuar a vacinação contra a Covid-19, o Brasil depende do envio de insumos para a produção dos imunizantes, que serão fabricados nacionalmente pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e pela Fiocruz, em conjunto com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca. Os laboratórios temem que haja a imposição de obstáculos na importação, já que os produtos estão na China, país que protagonizou indisposições diplomáticas com o presidente Jair Bolsonaro. Para tentar resolver os impasses, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, marcou nesta quarta-feira, 20, uma reunião com o embaixador chinês, Yang Wanming. Segundo ele, as conversas entre os dois países são atrapalhadas por causa de ações do governo federal. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, há “um espetáculo de arrogância” por parte da China. “O governo de São Paulo encomendou as vacinas da China, e agora estão retendo os insumos porque ‘não tratamos bem o embaixador’. Quem a China pensa que é? Agora vamos nos curvar à China? Eles exportam um vírus, ganham dinheiro com a venda da vacina contra a moléstia causada por esse vírus, e ainda ficam escolhendo o que fazer e desrespeitando contratos”, criticou.

Augusto comentou, também, sobre a postura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem julga “oportunista”. “O Maia quer que faça o que? Que se elogie o mesmo embaixador que tratou como se fosse um governador geral do país a Argentina, como se fosse uma extensão do território chinês, e vem fazer o espetáculo da arrogância aqui no Brasil? Ele [embaixador] tem de ser chamado pelo que é, um embaixador incapaz de respeitar os deveres elementares de qualquer diplomata. Não é diplomata, é agente da ditadura”, afirmou. De volta ao programa nesta terça-feira, 19, após um período de férias, o comentarista criticou, ainda, o “espetáculo patético” protagonizado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no domingo, 17, quando foi aprovado o uso emergencial da CoronaVac e a primeira pessoa já foi vacinada no país. “Espetáculo midiático de quinta categoria, com discursos, choros… Quem teve a primazia de aplicar uma vacina, mesmo todos sabendo que o Brasil, pelas condições demográficas que existem no país, vai demorar para vacinar todo mundo. A vacinação não vai ser tão em massa assim”, pontuou.

Augusto disse, ainda, que a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de aprovar os dois imunizantes para uso emergencial “desmoralizou aqueles que viam uma conspiração por dia na agência”. “Diziam que a Anvisa não queria aprovar a vacina do Doria, que não ia aprovar nem a vacina encomendada pelo governo federal. E o parecer do diretor presidente [Antônio Barra Torres], que era chamado por toda a imprensa de contra almirante, mostrou que sobre a farda existia um jaleco, ele é médico. Não havia o que fazer, tinha que aprovar, atendeu as exigências feitas pela Anvisa”, finalizou o comentarista.

Assista ao programa na íntegra:

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