Damares lamenta foto com Flordelis: ‘Estou indignada e muito triste, fui enganada’

Ministra disse que conheceu Flordelis em 2013, por causa da pauta da adoção: ‘A história que ela contou para a gente era uma história linda’

  • Por Jovem Pan
  • 27/08/2020 21h13 - Atualizado em 28/08/2020 08h18
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Reprodução damares-flordelis Flordelis virou réu em um processo em que é acusada de matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, em meados do ano passado

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, lamentou nesta quinta-feira, 27, em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, a tentativa de associação feita da sua imagem com a deputada federal Flordelis, que virou réu em um processo em que é acusada de matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, em meados do ano passado. Damares disse que conheceu Flordelis em 2013, por causa da pauta da adoção — defendida pela ministra, que inclusive tem uma filha adotada. “Estou indignada e muito triste. Ela enganou todo o Brasil. Quando ela era deputada, me procurou no Senado para falar sobre adoção, porque a história que ela contou para a gente era uma história linda. Temos que aguardar o resultado final, mas estou indignada por ela ter usado a fé e a igreja brasileira”, afirmou. A ministra pediu, ainda, que “a pauta da adoção não seja afetada pela história absurda dessa mulher que dizia amar crianças”.

Já o presidente Jair Bolsonaro, que convidou a ministra para participar da sua tradicional live, disse que “já era esperado”. “Imagem minha também apareceu do lado dela [Flordelis]. Hoje eu tirei várias fotos lá na minha visita a Foz do Iguaçu. Garimpam uma foto qualquer e tentam acusar a gente. Aguentamos pancada aqui, temos couro grosso. Fico chateada que minha esposa também tirou foto com ela e que isso roda na internet”, afirmou o presidente.

Governo não vai mudar lei do aborto, diz Damares

Sobre o caso da menina de 10 anos que sofreu um aborto após ser estuprada pelo tio, Damares afirmou que o governo Bolsonaro “não vai apresentar proposta para mudar a lei do aborto” e que isso compete à Câmara dos Deputados. Segundo ela, o ministério seguirá acompanhando e protegendo a criança “em tudo que ela precisar”, inclusive para certificar se ela ficará melhor com a família, ou em outro lugar. Para Damares, a maior contribuição que a sua gestão fez para coibir os índices de violência contra a criança foi o aprimoramento do Disque 100. “Entregamos um canal de recebimento de denúncias que é o Disque 100. Agora, as pessoas ficam menos de 20 segundos aguardando para serem atendidas, antes o tempo era muito maior. Destaco também a importância da denúncia, vamos criar uma rede de proteção com vizinhos, educadores, professores, todos vigilantes para quando a criança emitir o sinal de que tem algo errado. A denúncia é o caminho para chegarmos até a criança, e oferecemos o melhor canal para isso”, disse.

Apesar de não ter comentado se foi a favor do aborto neste caso, a ministra apontou que a “espinha dorsal” do seu ministério “é a proteção da vida desde a concepção e direitos humanos para todos”. De acordo com ela, o maior número de denúncias do Disque 100 é sobre violência infantil, seguido de violência contra idosos e contra pessoas com deficiência. “Tem gente falando que pedofilia é papo furado da direita, chegaram a dizer que estamos inventando que existe pedofilia. A pedofilia é de verdade no Brasil, e eu já fazia esse enfrentamento há muito tempo atrás e esse foi um dos motivos que eu vim para o governo”, pontou Damares. “Nós não aceitamos relativizar e justificar a pedofilia, não se minimiza isso, se enfrenta como crime. Vamos enfrentar essa rede de pedofilia e prender todo mundo”, continuou. Segundo ela, menos de 10% dos casos são denunciados, sendo que a grande maioria dos abusos ocorrem dentro de casa.

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