“Entramos de cabeça erguida e saímos inteiros”, diz Bruno Araújo após deixar ministério

  • Por Jovem Pan
  • 13/11/2017 19h24 - Atualizado em 13/11/2017 19h35
Luis Macedo/Câmara dos Deputados Bruno Araújo

Em meio ao racha político entre PSDB e o governo Temer, o Ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE) encaminhou seu pedido de demissão ao presidente da República.

Por meio de uma carta, o tucano agradeceu o convite de Temer e alega que “já não há mais apoio do PSDB para seguir nessa tarefa”. O documento ainda ressalta que “a serenidade da história vai reconhecer no seu Governo resultados profundamente positivos e para a sociedade brasileira”.

O deputado falou com exclusividade ao programa Os Pingos nos Is. Para ele, já estava claro que era hora de voltar à Câmara. “Nós fomos convidados para integrar o governo após o impeachment da presidente Dilma para fazer o País voltar a andar”, diz. “Fizemos um ano e meio de governança, mas o tempo foi passando e o tamanho do apoio dentro do meu partido foi diminuindo dentro do governo. Entramos de cabeça erguida e saímos inteiros.”

Para Araújo, essa falta de apoio não era em relação a sua pessoa em si, mas da bancada em relação ao governo Temer. “No momento, eu tenho clareza que não tinha mais o apoio da bancada federal dentro do governo, cabia a mim reconhecer isso e me juntar à bancada para ajudar em votações”, explica.

Sobre a possível saída dos outros tucanos do governo, Araújo reafirma que tinha clareza da situação e completa: “tenho certeza que meus colegas vão fazer a devida avaliação”. Atualmente o Governo conta com mais três ministros do PSDB: Antonio Imbassaby (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).

No entanto, questionado se defende um desembarque completo do PSDB do atual governo Temer, o deputado alivia o discurso e diz que essa é uma decisão que deve ser tomada pelo partido com um todo. “Tudo conduzido pela presidência interina de Alberto Goldman”, diz.

Convenção nacional do PSDB

O deputado também falou sobre a situação interna de seu partido. Segundo ele, é preciso que tudo se acalme. “O PSDB é um partido importante, que em todas eleições oferece nomes relevantes como alternativas ao País. “Não tenho dúvida que até o dia 9 de dezembro (data da convenção) o partido irá se consolidar em torno de um projeto”, afirma.

Projeto esse que, para o deputado, deve ser consolidado em torno do nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Pela sua integridade, pela sua história e pela sua serenidade. Esse processo que precisamos construir na convenção”, afirma.

Já na presidência do partido, seu nome favorito é o atual governador de Goiás, Marconi Perillo. “Governador experiente, com quatro mandatos, mas tenho certeza que vamos convergir para um encontro”, diz.

Confira a entrevista na íntegra:

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