Governo não quer CPI do MEC porque pode ser usada como instrumento eleitoral, diz Flávio Bolsonaro

Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, senador falou sobre possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito após a prisão do ex-ministro da Educação

  • Por Jovem Pan
  • 22/06/2022 19h25 - Atualizado em 22/06/2022 20h27
Jefferson Rudy/Agência Senado - 11/05/2022 flavio bolsonaro Senador Flávio Bolsonaro é contrário à instauração de uma CPI para investigar o Ministério da Educação

Após a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, realizada por agentes da Polícia Federal nesta quarta-feira, 22, senadores passaram a se articular para conseguir instalar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a pasta. Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido, afirmou em suas redes sociais que falta apenas uma assinatura — de um total de 27 delas — para que o Senado instaure a CPI do MEC. “Por tudo que conseguimos apurar através da Comissão de Educação do Senado, o #BolsolaodoMEC é ainda maior do que parece. Tem que prender quem manda também”, afirmou o congressista. Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o governo federal não apoiará a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito porque acredita que isso será utilizado pela oposição “como instrumento eleitoral”.

“Ninguém do governo tem medo de investigação nenhuma. São sempre os mesmos que nunca fizeram nada para o seu Estado, nunca levaram uma obra decente, que tentam se aproveitar de qualquer situação que aconteça para faturar politicamente pensando nas eleições. Uma oposição danosa ao país, completamente inútil ao objetivos que se quer alcançar. Senadores da atual legislatura não vão se submeter a mais essa tentativa de diminuir o papel do Senado e diminuir um importante papel que uma CPI deveria ter”, alegou o parlamentar.

Flávio também mostrou estranhamento com a condução do caso e questiona a legalidade da prisão de Ribeiro. “Como alguém é suspeito de corrupção passiva e quem cometeu corrupção ativa não teve o mesmo tratamento por parte desse juiz federal?”, destacou senador. “Óbvio que começa a surgir evidências que há um direcionamento. Não tenho a menor dúvida que assim que haver um habeas corpus em segunda instância, no caso o Tribunal Regional Federal da 1º Região em Brasília, essa prisão vai ser suspensa. Não tem fundamento nenhum. O ministro foi afastado, portanto ele não tem menor ingerência sobre os recursos que estão sendo apurados agora e vendo se houve algum tipo de desvio. Então nada para de pé, nada explica, juridicamente, essa prisão do Milton. A não ser a necessidade de gerar esse factoide.”

O filho 01 de Bolsonaro ainda afirmou que “quem conhece o Milton jamais acreditaria que ele seria capaz de fazer algo assim”. O ex-ministro é suspeito de tráfico de influência e corrupção na liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb). “Não conheço detalhes do inquérito, acho que nem o advogado do Milton conhece ainda. Se bobear, o Milton nem sabe por que foi preso até agora. Ele não tem o perfil de quem comete ato ilícito. Óbvio, quando não há comprovação de nada, não posso colocá-lo na situação de culpado e acusá-lo de alguma coisa. Confio e quero que ele prove sua inocência, é a minha vontade.”

Confira o programa desta quarta-feira, 22:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.