Guedes diz que troca feita por Bolsonaro na Petrobras teve ‘efeito econômico ruim’, mas que decisão precisa ser respeitada

Durante a entrevista, que também teve a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ministro condiciou uma nova rodada do auxílio emergencial à aprovação de uma PEC de Guerra

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2021 21h27 - Atualizado em 02/03/2021 22h07
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Edu Chaves/Estadão Conteúdo Ministro Paulo Guedes Paulo Guedes deu entrevista ao programa Os Pingos nos Is

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta terça-feira, 2, em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, que a troca da presidência na Petrobras, feita pelo presidente Jair Bolsonaro, teve um “efeito econômico ruim”. No entanto, ressaltou que a vontade de Bolsonaro precisa ser respeitada. “Do ponto de vista político é completamente compreensível. Do ponto de vista econômico o efeito foi ruim, essa foi a nossa conversa interna”, disse Guedes. “A minha visão sobre estatais é conhecida. Agora, eu tenho que respeitar o Presidente da República, ele diz ‘é isto aqui que eu quero agora’, ele tem o direito”, continuou. Segundo ele, a intenção de Bolsonaro era atender aos desejos dos caminhoneiros, já que a alta no preço dos combustíveis gerou uma reação ruim junto a “esse público que é fiel ao presidente”. “O ônus e o bônus estão caindo na própria presidência. Já que a estatal continua estatal, o povo vai sempre cobrar do governo uma atitude em relação ao preço de um produto que você tem a presença do Estado na exploração, no refino e na distribuição, mesmo que ela repita práticas internacionais”, afirmou. “Para a população brasileira, quando sobe o preço do petróleo, é culpa do governo. Isso é um problema político sério”, continuou.

Guedes também voltou a dizer que é a favor da privatização de estatais, mas que “o presidente é quem tem a última palavra”, ressaltando que Bolsonaro “é muito claro” ao dizer que não vai privatizar agora o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras. O ministro afirmou, ainda, que estatais registradas na Bolsa de Valores são “uma anomalia” e usou como exemplo a própria Petrobras. “Ela não agrada nem ao mercado nem ao governo. São dois universos diferentes. A estatal registrada em Bolsa é uma farsa, a Petrobras foi assaltada à luz do dia durante 10 anos”, argumentou.

Durante a entrevista, que também teve a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), Guedes também condiciou uma nova rodada do auxílio emergencial à aprovação de uma PEC de Guerra, que explique de onde virão os recursos para subsidiar o benefício. “Só não disparamos o auxílio porque precisamos da PEC de Guerra. Temos que disparar essa PEC de Guerra, mas ao mesmo tempo dentro do protocolo de crise que tínhamos preparado antes”, afirmou. Já Lira defendeu o uso de recursos retidos pela Operação Lava Jato para financiar ações de combate à Covid-19. “Eu acho que já é hora de a Câmara se posicionar junto com o Senado para um dinheiro aí que está retido nas contas da Lava Jato, em torno de R$ 1,3 bilhão, R$ 1,4 bilhão, isso ser rapidamente resolvido e revertido para compra de vacinas”, disse.

Vacinação em massa

Para o ministro, a economia e a saúde andam juntas. Por isso, ele defendeu o repasse de recursos para que a vacinação em massa contra a Covid-19 “se mova o mais rápido possível”. Segundo Guedes, é importante trazer o setor privado para auxiliar na imunização e destravar as reformas, mas “tudo isso com responsabilidade fiscal”. Já Lira defendeu uma participação mais efetiva do Congresso na PEC do Orçamento. “Tivemos uma reunião na Câmara e já fizemos acordos de procedimento muito importante. Construímos uma rubrica orçamentária, que pretende remanejar o que já existe no Orçamento. Deputados estão apresentando emendas individuais e de bancadas”, ressaltou.

Confira a entrevista na íntegra:

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