Ministro da CGU diz que 680 mil servidores públicos receberam o auxílio emergencial indevidamente

Segundo Bolsonaro, a escolha dos seus ministros e presidentes de estatais e bancos públicos sem levar em conta a “indicação de terceiros” ajudou a evitar a corrupção no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2020 20h45
Reprodução/Youtube ministro-cgu-bolsonaro Bolsonaro participou de live ao lado do ministro da CGU, Wagner Rosário

O ministro da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário, informou nesta quinta-feira, 20, em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, durante transmissão ao vivo ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que 680 mil servidores públicos receberam indevidamente o benefício do auxílio emergencial de R$ 600, destinado a trabalhadores informais e autônomos. Entre eles, estão bolsistas e estagiários. “Estamos excluindo e limpando para ver este valor total”, disse Rosário. Segundo ele, serão abertos processos contra os funcionários que ganharam o dinheiro de forma ilegal. Já aqueles que devolveram irão somente assinar um Termo de Ajustamento de Conduta, visto que muitos tiveram os seus nomes utilizados por fraudadores. “Precisamos ter cuidado ao acusar os servidores públicos. Quando fizermos um filtro melhor, esse número deve cair”, ressaltou.

De acordo com o ministro, já retornaram ao caixa da União R$ 117 milhões de recursos recebidos indevidamente. Este dinheiro volta aos cofres públicos e fica disponível na conta única do Tesouro, para pagamentos que eventualmente precisarem ser feitos. Além dos servidores, houve muitos casos de fraudes envolvendo pessoas comuns que, segundo Rosário, serão encaminhados ao Ministério Público. “Não sei se será possível a abertura de processo contra cada uma dessas pessoas, pois os valores são pequenos, mas deve ter alguma ação. Já os servidores públicos estamos apurando todos, mas a esfera de atribuição e competência da CGU é só federal. Esses servidores vão responder a processo e serão sancionados”, explicou o ministro.

20 meses de governo sem corrupção

Já Bolsonaro afirmou que a escolha dos seus ministros e presidentes de estatais e bancos públicos sem levar em conta a “indicação de terceiros” ajudou a evitar a corrupção no Brasil. No entanto, segundo ele, o governo tem feito outra coisa: que é a prevenção via CGU. “Não interessa para a gente pegar um corrupto na ponta da linha, queremos pegar o cara antes dele cometer a corrupção. Há uma sensação na opinião pública de que só existe combate à corrupção se vê a Polícia Federal fazendo operação às 6h da manhã. Essas operações continuam existindo e, com certeza, outras acontecerão até o fim do ano”, disse o presidente. Rosário complementou que, entre janeiro de 2019 e agosto de 2020, foram 111 operações conjuntas da PF com a CGU.

Além disso, ele citou outras medidas feitas pelo governo Bolsonaro, como editar uma norma que trouxe critérios técnicos e regras para a ocupação de cargos na administração pública, preservação da identidade de denunciantes de casos de corrupção, e o fim do sigilo dos bancos públicos, “incrementando a transparência”, completou. Para o ministro, esse “filtro prévio” fez com que o governo chegasse aos 20 meses de mandato “sem nenhum caso de corrupção”.

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