Novos Caminhos: ‘Há preconceito com o ensino técnico no Brasil’, diz ministro da Educação

Ministério lançou, nesta terça-feira (7), o programa Novos Caminhos, visando ofertar mais 1,5 milhão de vagas em educação profissional e tecnológica até 2023

  • Por Jovem Pan
  • 08/10/2019 19h44
Abraham Weintraub, ministro da Educação

Em entrevista exclusiva ao programa Os Pingos nos Is da Jovem Pan, nesta terça-feira (8), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que há preconceito com o ensino técnico no país. Mais cedo, o MEC lançou o programa Novos Caminhos, visando ofertar mais 1,5 milhão de vagas em educação profissional e tecnológica até 2023.

“Há um preconceito, alimentado ao longo de décadas, de que o ensino técnico é uma coisa inferior. Ouvi de parlamentares da esquerda que o filho do pobre não deve ser técnico, deve ser ‘doutor’. A vida está cheia de imprevistos, e se, de repente, precisar complementar a renda, o ensino técnico é uma saída”, afirmou.

Essas vagas deverão ser ofertadas tanto no ensino médio quanto para jovens e adultos que já estão fora da escola. A pasta pretende também articular a oferta dos cursos com a demanda do mercado de trabalho.

“O Brasil só tem a ganhar com o ensino técnico, e aparece um monte de gente preconceituosa falando mal, classificando como inferior. Atualmente, há uma grande demanda das empresas por mão de obra qualificada, e os jovens que ingressarem no ensino técnico poderão preencher essas vagas.”

A ideia do programa é oferecer, gradualmente, cada vez mais vagas  para jovens e adultos que buscam colocação no mercado. “Estamos trazendo conceitos da Europa para o programa e teremos ensino à distância em parte, mas o que queremos, de fato, é expandir o número de vagas no ensino técnico em 4 anos. Atualmente, há 1,9 milhões de vagas, queremos expandir para 3,4 milhões, o que seria um crescimento de 80% e, certamente, chegaríamos num patamar melhor do que o atual. O Chile tem 34% das vagas com ensino técnico, queremos mudar essa realidade do Brasil”, afirmou Weintraub.

O ministro também comentou, mais uma vez, as fake news que envolvem o Ministério da Educação e afirmou que foi necessário fazer um contingenciamento no orçamento apenas devido à “situação caótica” que encontrou.

“Eu havia dito à época que a situação era caótica e, com a arrecadação maior e depois da reforma da Previdência, a gente vai descontingenciando, mas a grande imprensa não noticiou isso”, disse. “De todas as fake news que ouço diariamente, a pior foi de que a programa Novos Caminhos é da Dilma [Rousseff], aí foi um golpe abaixo da linha da cintura.”

Escolas cívico-militares

O ministro também comentou o ingresso de 16 estados no projeto das escolas cívico-militares. “Temos uma demanda gigante pelas escolas cívico-militares, e uma pesquisa de campo mostrou que 87% dos pais querem colocar seus filhos numa escola desse modelo. Nessas escolas, não existe violência e depredação, além do rendimento escolar ser até 70% a mais do que escolas comuns”, disse.

Weintraub também informou que estuda novos meios para a inclusão de estados que perderam o prazo. Segundo ele, o que o governo Bolsonaro deseja para a área da Educação é a liberdade. “Uma pessoa que sabe ler e escrever bem é menos manipulável e pode aprender um oficio e ter renda suficiente para não depender de Bolsa Família. Estamos lutando por liberdade.”

Confira a entrevista completa:

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