Plano pós pandemia de Guedes estuda criar benefício para informais e unificar programas de renda
Diminuição do desemprego deve acontecer com um programa de renda básica, e um de estímulo ao retorno para o mercado de trabalho formal
O ministro da Economia, Paulo Guedes, detalhou, em entrevista exclusiva ao Os Pingos nos Is nesta quarta-feira, 15, a criação de um benefício social para os trabalhadores informais, e também o fim do Bolsa Família e a unificação de programas de assistência do governo em um só, o Renda Brasil. Segundo o ministro, as medidas visam solucionar o problema dos cerca de 36 milhões de “invisíveis”, registrados durante a crise do coronavírus com o auxílio emergencial de R$ 600.
Segundo Guedes, a diminuição do desemprego pós pandemia deve acontecer em duas frentes: um programa de renda básica, que vai unificar dois ou três programas assistenciais já existentes; e outro que vai estimular os brasileiros a retornar ao mercado de trabalho formal. “Estamos estudando ainda como fazer isso, é um pensamento. Mas a ideia é conectar as políticas de assistência social com o trabalho formal, para que a pessoa consiga ter uma rampa de ascensão social, um estímulo”, disse.
O ministro afirmou que o Renda Brasil deve ter uma base de transferência de dinheiro maior do que o Bolsa Família, entre R$ 250 e R$ 300. Já o auxílio aos informais deve funcionar estruturado dentro dos princípios do chamado imposto negativo. A ideia é que o estado deposite um “bônus”, correspondente a até 20% do rendimento mensal do trabalhador informal, em uma conta a ser usada apenas na aposentadoria. Guedes planeja ainda um terceiro nível, com uma porta de acesso ao mercado formal. Haveria corte de impostos sobre a folha para quem ganha até um salário mínimo.
“Se o brasileiro cair socialmente, vai para o Renda Brasil, se começou a trabalhar, vai para a carteira Verde Amarela e vai subindo. Quando chegar em cerca de R$ 1 mil, queremos que ele penetre no trabalho formal, então a ideia é desonerar a folha de pagamento do primeiro trabalho formal”, explicou. O ministro usou como exemplo uma profissional informal que trabalha como faxineira, passeadora de cachorros e lavadora de pratos. Ao informar ao governo que obteve R$ 600 pelos serviços, por exemplo, o estado pagaria o bônus de R$ 120 a ele (o equivalente a 20% do rendimento).
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