‘Sucesso ou fracasso de Bolsonaro dependerá da economia’, diz diretor do Paraná Pesquisas

Segundo Murilo Hidalgo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, representa ‘70% da reeleição ou derrota’ do presidente em 2022

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2020 21h06 - Atualizado em 24/07/2020 21h12
Divulgação Diretor-presidente do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo

“Sucesso ou fracasso futuro do governo de Jair Bolsonaro dependerá da economia”. Essa é a visão do diretor-presidente do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo. Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 24, ele afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, “será 70% da reeleição ou derrota” do presidente em 2022. Pesquisa publicada pela Paraná Pesquisas hoje mostrou que, se a eleição para presidente da República fosse hoje, Bolsonaro (sem partido) ganharia, mesmo disputando com Lula, Sergio Moro e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM).

Segundo Hidalgo, um dos motivos para o crescimento da popularidade de Bolsonaro é o auxílio emergencial de R$ 600 destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, que tem por objetivo fornecer proteção emergencial no período de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Apesar do governo ter proposto R$ 200 inicialmente — o aumento para R$ 600 foi uma vitória da Câmara dos Deputados –, o benefício é um dos principais motivos para a alta nos percentuais de Bolsonaro em relação aos outros candidatos.

As polêmicas envolvendo a família do presidente, bem como o inquérito das fake news e os embates com o Supremo Tribunal Federal (STF), “não estão na pauta de grande parte da população brasileira”, segundo Hidalgo. “Se a economia estiver bem, se o povo sentir que o governo está fazendo o que pode para ajudar ele, tem tudo para o Bolsonaro se reeleger. Caso a economia esteja mal, ele vai começar a cair”, afirmou o diretor-presidente do Paraná Pesquisas. Ele citou como exemplo a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reelegeu com facilidade, mesmo no auge do esquema do Mensalão. “As pessoas estavam comprando, comendo melhor, é isso que faz com que o eleitor aprove ou não o governo”, disse

Além disso, Hidalgo afirmou que tem uma parcela considerável que, apesar de desaprovar Bolsonaro, na hora de um confronto com o Partido dos Trabalhadores ou outro candidato, acaba votando nele por “achar o menos pior”. “É uma fotografia do momento, não significa que em 2022 isso ainda vai acontecer”, explicou.

Aprovação do governo

O número de eleitores que aprovam a gestão de Bolsonaro subiu de 44% em maio para 47,1% em julho, enquanto o índice de desaprovação caiu 51,7% para 48,1%. As pessoas que afirma que o governo é ótimo cresceu de 9,8% em março para 11,4% em julho, enquanto os que afirmam ser ruim recuou de 13,4% para 11,9%. A avaliação de que a gestão é boa se manteve estável com 22% em maio e 22,9% em julho, e quem acha péssimo também se manteve em 26% em maio e 26,1% em julho. Regular passou de 27,3% para 25,8%. O levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostra que o perfil do apoiador bolsonarista é homem, com idade entre 25 e 34 anos, possui até o ensino médio completo e mora no Norte ou Centro-Oeste brasileiro. A pesquisa entrevistou 2.030 pessoas em 188 cidades, entre os dias 18 e 21 de julho. A margem de erro é de 2% para cima ou para baixo.

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