Adriana Yoshida se arrepende de seção "certo e errado" da Capricho: "eu ditava muito a moda"

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2017 14h24
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Johnny Drum/ Jovem Pan

Depois de anos como editora de moda da revista Capricho, Adriana Yoshida tem muita bagagem para contar. Mas se tivesse que escolher algo que não repetiria, ela já tem sua resposta: a seção de “certo e errado” de moda e tendências. Em entrevista ao Pânico na Rádio desta quarta-feira (22), ela discutiu os rumos da moda de hoje, que caminha para ser bem mais democrática.

“Eu tenho um ‘mea culpa’ para fazer porque eu escrevia a seção de ‘certo e errado’. Eu ditava muito a moda e dentro de um padrão que existia”, falou. Na seção, Adriana apontava erros de looks clicados pelas ruas, indicando o que engordava ou não caia bem.

Ao lembrar da fase “falha”, ela admitiu que não teria como repetir a seção nos dias de hoje, não só porque a moda está mais democrática, mas também por entender que as mulheres devem usar o que as deixa confortável sem ligar para os padrões.

“Hoje não teria mais como fazer”, afirmou. “Moda é uma ferramenta e você usa como for melhor para você. Precisamos rever essa história que nos foi contada [de padrões]”, defendeu.

Ao reafirmar a necessidade de democratização no mundo da moda, Adriana explicou a nova tendência de moda sem gênero, que dá liberdade para que homens e mulheres usem as mesmas roupas – sejam calças ou saias.

“A questão é poder escolher o que cada um quiser usar. Isso não vai deixar as pessoas perdidas. Não é porque todo mundo pode tudo que vai ficar tudo igual. A ideia é trazer liberdade pra moda”, explicou.

“Não podemos entender moda sem gênero como se isso fosse uniformizar as pessoas, é para dar liberdade para o homem usar peça que sempre foi do armário feminino e a mulher também”, falou.

Para Adriana, a moda está, a passos lentos, rompendo a “ditadura de roupas que são para meninos e roupas que são para meninas”. “Precisamos entender que roupas não vão determinar nossa sexualidade”, afirmou.

Adriana Yoshida ainda reforçou a necessidade de aumentar a representação dentro da moda, com mais modelos negros e plus size. “Não dá para colocar só modelo magra para lançar tendência”, defendeu. “Esse movimento pela igualdade na moda só tende a aumentar”, opinou.

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