Agustin Fernandez sobre apoio a Bolsonaro: ‘Melhor votar numa pessoa que vai f*** só a classe LGBT’
O maquiador Agustin Fernandez explicou por que apoiou o presidente Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado. Ele afirmou que algumas coisas que o capitão reformado disse no passado o incomodaram, mas preferiu votar em Bolsonaro a eleger o candidato do PT, Fernando Haddad. “É melhor votar numa pessoa que na pior das hipóteses vai f*** só a classe LGBT do que votar em um partido que vai f*** todo mundo”, disse em entrevista ao Pânico nesta segunda-feria (25).
Assumidamente homossexual, Agustin foi muito criticado por apoiar Bolsonaro durante as eleições. “As coisas que ele falou são coisas que qualquer pessoa da geração dele vai falar, eles não têm noção do que isso causa”, explicou. “Ele parou de fazer aquelas piadas depois que falaram que ele estava atacando [a comunidade LGBT]. Faz parte da tolerância perdoar as pessoas”, disse o maquiador.
O uruguaio ressaltou que ele se sente um representante da comunidade LGBT, mesmo sendo um homem de direita. “Eu nunca me sexualizei, isso incomoda as pessoas”, afirmou. “Não concordo com nenhuma das ideologias de esquerda”, disse.
Agustin Fernandez também falou sobre a ideologia de gênero e explicou por que discorda. “Não existe a possibilidade de você deixar de ser gay, mas a descoberta da sexualidade é muito pessoal. Parabéns aos gays que se descobriram com 5 anos, não foi meu caso, me descobri com 14 ou 15 anos”, afirmou. “Eu posso ser uma pessoa que acredita sim nos valores da família, não nasci de um homem com homem, nasci de homem com mulher.”
Repercussão
Depois que passou a apoiar abertamente o presidente Jair Bolsonaro, Agustin Fernandez conta que perdeu amigos e até trabalhos. “Antes eu maquiava artistas, hoje em dia não maquio mais”, disse. “Aconteceu muita coisa nos bastidores.”
O maquiador acredita que isso aconteceu porque, pela primeira vez, ele resolveu se posicionar. “Foi a primeira vez que falei de um assunto que não era maquiagem porque eu precisava orientar as pessoas”, explicou.
Ele disse que ouviu muitos ataques por causa de seu posicionamento. “As pessoas falavam ‘volta pro seu país, bicha’. Já pensou se eu falasse ‘volta para a senzala, bicha’?”, comparou. “Eu vou ser humilhado se for em uma boate gay.”
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