Alexandre Borges vai na contramão dos artistas e foge de redes sociais e debates políticos
Já pode esperar: como estamos em ano de eleição, logo muitos brasileiros vão começar (se é que ainda não começaram) a expressar suas opiniões políticas em discussões pessoais e “textões” nas redes sociais. Tanto as pessoas anônimas como as celebridades. Mas Alexandre Borges não. Em entrevista ao Pânico na Rádio nesta terça-feira (6), o global disse que, embora carregue certa preocupação social, não se sente obrigado a se posicionar o tempo todo apenas por ser um artista.
“O engajamento acontece em alguns atores porque já é uma coisa natural deles. Por que eles têm essa vontade de participar. Não é só porque é artista que precisa fazer isso. É questão de personalidade. Acho que todo mundo tem atos políticos na vida, mas não necessariamente preciso dar opinião para influenciar alguém. Não me envolvo muito. A política nunca me atraiu. É importante se posicionar contra desigualdades, mas a coisa partidária de palanque eu não tenho vontade. Nem declaro meu voto! Mantenho uma distância saudável. Não tenho compromisso com engajamento. Respeito quem tem. Isso é da natureza de cada um. Mas não tenho. Só tendo a votar em candidatos que dizem fazer um trabalho mais social”, explicou.
Alexandre possui uma das carreiras mais bem-sucedidas da TV Globo. Ele estreou na emissora em 1994 com uma pequena participação em uma minissérie e já no ano seguinte recebeu um papel de destaque na novela A Próxima Vítima. Quem é Você, Zazá, Pecado Capital, Mulher, A Muralha, Laços de Família, O Beijo do Vampiro, Celebridade, Caminho das Índias e a clássica Avenida Brasil são apenas alguns exemplos dos sucessos que vieram depois.
Atualmente, porém, ele está afastado das telinhas – mas não dos palcos. Ele esteve na bancada do programa para falar sobre Palhaços, espetáculo teatral com texto de Timochenko Wehbi (1970) que estreia no dia 16 de março e fica em cartaz até 7 de maio no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo. Ele assina a direção e o destaque do elenco fica com o comediante Dedé Santana.
“É sobre um cara que se dedicou a vida toda ao circo e à profissão de palhaço e chega no fim da carreira sentindo uma solidão enorme. Ele está vendo o circo acabar. A profissão dele de fato está em perigo. Está abandonada. Então falamos sobre decadência do artista em geral. Ele se recolhe no camarim e um fã vai pedir um autógrafo enaltecendo seu trabalho, mas não tem ideia do que se passa no interior desse homem. Ele começa a desconstruir essa ilusão de vida de fantasia. Vira um jogo entre os dois personagens”, contou, elogiando a “disposição incrível” do ex-Trapalhão, atualmente com 81 anos de idade.
Tanto pela falta de interesse político citada acima como pelo ritmo acelerado de trabalhos no teatro, na televisão e no cinema, Alexandre não utiliza nenhuma rede social. Nenhuma mesmo, nem com perfis escondidos. “Não sei por que. Não tem um motivo específico. Sempre tive essa coisa de deixar o celular desligado durante o trabalho. Sempre desliguei nos ensaios para me concentrar e não me ligar nos problemas da porta para fora. Gravamos às vezes 10 horas por dia, não sobra tempo para dedicar às redes. Sei que é uma ferramenta maravilhosa, mas eu teria que ficar muito disponível. Prefiro reservar meus momentos para mim”, concluiu.
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