Ary Fontoura fala de ator que só trabalha para “fama e dinheiro”: "extremamente limitado"
Um dos ícones da TV brasileira, Ary Fontoura passou pelo Pânico na Rádio nesta quinta-feira (8) e foi modesto ao relembrar de seu legado nos palcos e nas novelas. O ator, que já dedicou mais de 50 anos da sua vida à arte, ponderou sobre os novos rostos que entram na carreira apenas para conseguir “sucesso, fama e dinheiro” e, sem revelar nomes, contou de um caso.
Ary revelou que uma vez, nos bastidores, o tal ator perguntou quais eram seus bens e quanto tempo havia demorado para consegui-los. Ao ouvir a resposta, ele disparou que se em 5 anos não conseguisse ter casa em Angra, carro e tudo do melhor, iria desistir da profissão.
“Disse para ele: ‘a única diferença entre nós é que eu tenho o teatro dentro de mim e você não, você usa o teatro para conseguir as coisas’”, falou. “Esse cara, em 7 anos conseguiu tudo aquilo que ele queria e continua na televisão, mas só porque ele era um galã e virou sex symbol. Aí começou a fazer baile de debutante pelo País inteiro e o resultado foi esse: ficou rico e famoso”, disse ao contar que, apesar do sucesso financeiro, ele não se desenvolveu profissionalmente.
“Ele é extremamente limitado, só sabe fazer um tipo de coisa, mas o tempo passa… vão surgir outras pessoas mais jovens e com aquele corpo”, revelou.
Apesar do resultado do ator em questão, Ary destacou que é possível ter fama, riqueza e talento. “Você pode ter tudo e ser um bom ator. É preciso ter a arte dentro de você”, comentou.
Ary Fontoura é um dos poucos atores que está na Globo desde a 1ª vez que a emissora foi ao ar. Com os anos de experiência, ele falou sobre a nova geração de atores e a “dificuldade” que alguns têm ao se expor.
“Hoje o menos é mais, mas é muito menos”, disse ao pontuar a dicção ruim de muitos deles. “Há uma dificuldade de fazer cenas em que tem que se expor mais e expor dramaticidade”, avaliou.
“Num Lago Dourado”
Longe da TV, Ary Fontoura está se dedicando aos palcos. Ao lado de Ana Lucia Torre, ele está estrelando a peça “Num Lago Dourado”, do clássico dos anos 80. No Pânico, o ator revelou o que mais o tem emocionado nas apresentações.
“As pessoas têm se emocionado demais. Ficam aplaudindo depois do espetáculo e não querem ir embora. Eu nunca vi isso nos meus anos de carreira”, falou.
Para Ary, isso mostra uma certa “carência do povo brasileiro” e a demasiada emoção seria por conta do tema tratado na peça: um amor para a vida inteira.
“Num Lago Dourado” está em cartaz no Teatro Renaissance, em São Paulo, às sextas e sábados às 21h, e aos domingos às 18h.
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