Atores de “Os Donos do Mundo” avaliam vida após apocalipse: “bom mocismo se torna vilão”
O que você faria se descobrisse que apenas você e mais 9 pessoas sobreviveram a um apocalipse? Seria prioridade reestabelecer uma lei ou apenas viver sem limitações? Em passagem pelo Pânico na Rádio desta quarta-feira (15), Eric Surita, Bruna Carvalho e Victor Sparapane, da peça “Os Donos do Mundo”, que traz esses questionamentos à tona, avaliaram como seria a vida no fim do mundo.
Para os atores, um dos principais conflitos é a briga pela liderança e como se relacionar nessa microssociedade. “Estamos acostumados a agradar superficialmente a todos. Agora, tem aqueles que querem ir atrás apenas das necessidades próprias e quando isso entra em pauta o bom mocismo se torna um vilão”, opinou Victor.
“[Depois do apocalipse] eles têm que se relacionar com novas pessoas que eles passam a amar porque precisam delas”, acrescentou.
Para Eric, o maior medo dos 10 sobreviventes é aprender a lidar com o desconhecido. “Todo momento que somos tirados da zona de conforto gera medo”, afirmou. “O caos une essas pessoas”, completou Victor.
Apesar de se tratar de um drama, “Os Donos do Mundo” traz momentos de humor que se tornam engraçados por refletirem realidades que são difíceis de aceitar. “O público fica constrangido em dar risada em alguns momentos porque são coisas que as pessoas têm medo de aceitar e a peça joga na cara deles”, falaram.
A peça, que foi escrita pelo filósofo, ator e autor Luccas Papp, traz reflexões que se interligam com a realidade dos espectadores. “É como um espelho de tudo que pensamos”, afirmou Victor.
Em cartaz no Teatro Santo Agostinho, em São Paulo, todos os sábados às 19h, a produção de “Os Donos do Mundo” está com projeto de democratizar o acesso da peça para ONGs e Instituições Carentes.
“A peça tem um fundo reflexivo e por isso queremos levar para as escolas”, explicaram. “Já que o teatro não dá dinheiro então que ao menos tenha público”, brincaram.
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