"Banda nasceu para acabar", diz Toni Garrido, do Cidade Negra
Fazendo shows juntos pelo projeto Grooves United, que busca o intercâmbio cultural entre artistas de culturas diferentes, o grupo Cidade Negra e o cantor alemão de reggae Gentleman foram ao Pânico para falar dessa parceria. Aproveitando a passada pelo programa, eles aproveitaram para explicar a pausa na carreira da banda.
“A banda na realidade não parou. O tempo foi natural. A gente não se encontrou por um ano e, como não tinha raiva, quando a gente se viu de novo falou ‘vamos tocar’”, explicou Garrido. “As bandas se desfazem. Dificilmente você vê uma banda com 30 anos de carreira. Banda é coisa de menino, e a gente é um pouco menino, então por isso a gente ainda tem a banda. Mas banda nasceu para acabar”.
Sobre o Gentleman, Garrido ainda não poupou elogios: “o nome ele é porque ele é um lorde, recebeu a gente muito bem, foi muito maneira essa viagem. E ele adorou São Paulo”.
Algo que ambos os artistas também valorizaram foi a possibilidade de juntarem a música, visto que o Cidade Negra é uma banda brasileira e o Gentleman um artista alemão. “No caso dele, especificamente, ele é muito dedicado ao que aconteceu com o reggae no mundo, Então ele respeitou para caramba as leis do reggae e brinca com elas. E ele canta em inglês , que universaliza de um jeito incrível. É um reggae bom para caramba”, coloca Garrido.
“Reggae, para mim, é uma música universal. Se tem uma língua universal, é a música. Eu não vejo em categorias. Se você vê letras e Bob Marley e Peter Tosh, a missão é a mesma”, completa Gentleman, que destacou não ter pensado sobre como deveria ser o reggae brasileiro antes de ouvir. “Eu sempre tento evitar expectativas. Porque elas te afastam do momento. Mas a música ou toca seu coração ou não toca. Eu não penso em reggae brasileiro ou reggae alemão. Quando eu ouvi o Cidade Negra tocou meu coração, por causa das vibes que a música espalha”.
Ainda no programa, Gentleman falou sobre a situação dos refugiados imigrando para os países da Europa, sobre a qual destacou a importância de acolher essas pessoas. “Você não pode construir uma cerca em volta da Europa. Mas é um grande problema e com isso um grande desafio. São 70 milhões de pessoas se movendo pelo mundo agora e você não pode impedir as pessoas de fugirem de uma guerra. As pessoas falam do problema dos refugiado, mas não da guerra. É com a guerra que você tem que acabar, porque se a guerra acaba as pessoas não precisam sair de seus lares”.
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