Baterista dos Paralamas, Barone rebate críticas ao atual cenário musical: “Anitta é maravilhosa”
É unanimidade: os Paralamas do Sucesso são uma das bandas mais amadas do público brasileiro. Com hits como Vital e Sua Moto, Óculos, Meu Erro e Alagados, o grupo entrou para a história do rock nacional graças a melodias memoráveis e letras provocativas. Mas, diferente de muitos artistas de outras gerações que frequentemente criticam o atual cenário, eles não acham que a qualidade da música caiu dos anos 1980 para cá. É o que disse o baterista João Barone em entrevista ao Pânico na Rádio nesta quinta-feira (5).
“Grande parte das discussões que temos hoje são inconclusivas. Em relação a esses fenômenos muito populares que atualmente ganharam um espaço danado, por exemplo. As classes C e D aumentaram seu poder de compra. E a música é uma representação da realidade social. Então a Anitta é maravilhosa. O funk é maravilhoso. Eles representam uma realidade estatisticamente enorme. E o rock também continua onde sempre esteve. Tivemos, sim, uma megaexposição nos anos 1980, mas continuamos aqui. O Renato Russo falava o que tinha para falar de acordo com a bagagem dele. Todo mundo frita a língua para falar mal de fenômenos populares, mas não acho razoável julgar”, declarou. Questionado sobre possíveis nomes que seguem representando bem o gênero, citou a cantora Pitty e as bandas NX Zero e O Terno.
Barone e o baixista Bi Ribeiro estiveram no programa para divulgar o novo disco dos Paralamas do Sucesso, intitulado Sinais do Sim. Este é o 13º álbum em 35 anos de estrada e o primeiro que lançam desde o sucessor Brasil Afora, de 2009. A produção é de Mario Caldato Jr., responsável por trabalhos de Marisa Monte, Nação Zumbi e Beastie Boys. E os metais de Bidu Cordeiro e Monteiro Jr. e os teclados de João Fera, clássicos da primeira fase do trio, voltaram fortes.
O álbum já deu origem a uma nova turnê, com setlist completamente inédito, apresentada pela primeira vez no último sábado (30) em Curitiba (PR). Os próximos shows deste mês acontecem dia 7 em São Paulo (SP), dia 13 em Chapecó (SC), dia 14 em Tatuí (SP), dia 21 em Miami (EUA) e dia 28 no Rio de Janeiro (RJ).
Durante participação na bancada, a dupla falou ainda sobre o inesquecível acidente de ultraleve em fevereiro de 2001 que matou a esposa do vocalista e guitarrista do grupo, Herbert Vianna, e o fez perder os movimentos nas pernas. O músico fez uma série de tratamentos na época e, assim que as sequelas começaram a ser superadas, os três voltaram a trabalhar e surpreendentemente deram vida à Longo Caminho, disco lançado em 2002.
“Foi complicadíssimo. Passamos momentos terríveis. Mas passamos por tudo e agora, nesse estágio, as pessoas não percebem o quanto é ele [Herbert] que ajuda a gente. Dependemos dele para tudo! Ele é a voz e o cérebro da banda. Só estamos aqui por causa dele”, concluiu o baterista.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.