‘Bolsonaro defende voto impresso porque está com medo de perder em 2022’, diz Amoêdo
Em entrevista ao Pânico, o político analisou que a reprodução do voto em papel é ‘desnecessária’; ‘Narrativa política está guiando a discussão do projeto’, completou
Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 19, o empresário João Amoêdo (Novo) afirmou que não apoia a adoção do voto impresso nas eleições de 2022. O atual posicionamento do fundador do partido Novo vai de encontro às suas antigas declarações, já que durante a corrida pela cadeira presidencial em 2018, o então candidato concordava com a adesão do procedimento eleitoral no Brasil. “Antigamente, quando me perguntavam sobre o voto impresso, eu dizia que qualquer ação que deixasse o sistema eleitoral mais seguro era bem-vinda. No entanto, estudando o processo e a segurança do TSE, percebi que nosso modelo eleitoral é seguro. Assim, acho que a adoção do voto impresso é desnecessária, principalmente neste momento em que a discussão está sendo pautada por uma narrativa política”, afirmou.
Desde a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defende como uma de suas principais pautas a adoção do voto impresso. Para Amoêdo, o chefe do Executivo quer que o método seja implementado porque teme ser derrotado nas próximas eleições. “Os bolsonaristas não estão preocupados se o voto será impresso ou não. Isso é apenas uma cortina de fumaça que cria o ambiente para que eles descredibilizem o resultado das urnas. Mesmo sendo eleito neste sistema, o próprio Bolsonaro afirmou que as urnas teriam sido fraudadas em 2018 – mas nunca apresentou as provas da acusação. Ele instiga a desconfiança no atual sistema eleitoral e defende o voto impresso, um projeto que dificilmente avançará, porque está com medo de perder em 2022.”
O empresário continuou a fala analisando que não enxerga problema no fato do presidente defender o voto em papel, mas de fazer campanha pela aprovação do projeto em meio à atual realidade do país. “Avançamos na tecnologia, não tem sentido voltar atrás. Adotar o voto impresso custaria caro aos cofres públicos, além de demandar organização e tempo. Apesar disso, não tenho problema com Bolsonaro pela defesa do projeto si. Só me admira o fato dele, antes de ser eleito presidente, nunca ter questionado o método eleitoral mesmo trabalhando por décadas na Câmara. Além disso, questiono as prioridades do presidente porque, cerca de três mil pessoas estão morrendo por dia devido à falta de vacina contra a Covid-19, a educação está piorando e as contas públicas estão estourando, mas sua grande preocupação é implementar o voto impresso. Isso é uma total falta de prioridade e preocupação com o cidadão”, concluiu.
Confira a entrevista com o político João Amoêdo:
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