Caco Ciocler critica nível do público brasileiro: "House of Cards na TV aberta não dá certo"
Um é ator global com pose de galã e outro é produtor. Caco Ciocler e Ricardo Grasson estiveram no Pânico desta quarta-feira (13) contando mais sobre o espaço cultural que abriram juntos, além de analisarem o momento atual das emissoras brasileiras de tv.
Com 45 anos de idade e aparecendo nas telinha desde os 24, Ciocler acredita que os canais abertos precisam ousar e insistir mais na formação de público. “Em nome da manutenção do ibope, o enredo é modificado. Se você coloca uma trama complicada, como ‘House of Cards’, na TV aberta, não vai dar certo”, analisou.
Para ele, o problema da população está na educação básica: “as pessoas nos Estados Unidos e na Europa lêem a obra completa de Shakespeare. O nível literário é outro. Elas estão acostumadas com a complexidade das grandes obras desde cedo. O que não é o caso do Brasil, infelizmente”.
Com cerca de 20 filmes no currículo, Caco revelou que sempre se assusta quanto assiste suas próprias atuações: “normalmente saio querendo me esconder”. Para ele, a relação entre o cinema e o ator é distante, “temos pouco controle do que fazemos. As coisas são resolvidas na ilha de edição”.
Teatro e espaço cultural paulista
Junto com o produtor e ator ítalo-brasileiro, Ricardo Grasson, Caco Ciocler abriu o Centro Compartilhado de Criação, situado na Barra Funda, em São Paulo. O local tem por objetivo ser um espaço voltado 100% para a arte.
De acordo com Ciocler, “a companhia do tamanho que for, a peça do tamanho que for, vai caber ali. É o prazer de trabalhar com pessoas que a gente acredita”.
Aliás, para o ator global, o sonho saiu do papel porque “o teatro tem uma lógica cruel. As pautas, patrocínios, salas de ensaio. É muito difícil. O Centro traz uma independência desse lado”.
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