Zambelli: Líder do PSL assinou urgência no projeto de abuso de autoridade contra vontade da bancada
Em entrevista ao Pânico, Carla Zambelli disse que o Delegado Waldir não consultou a bancada do PSL para assinar votação em regime de urgência do projeto de abuso de autoridade
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou, em entrevista ao Pânico nesta sexta-feira (16), que o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), assinou o requerimento para que o projeto sobre abuso de autoridade na Casa acontecesse em regime de urgência à revelia da bancada da sigla.
Segundo Zambelli, o deputado assinou o pedido de urgência sem consultar os colegas de bancada. Ela disse que os parlamentares do PSL queriam, sim, que o projeto fosse discutido, mas não concordavam com a proposta aprovada pela Câmara. “O fato de a gente ter dito que tem que se discutir o abuso de autoridade fez o Waldir se sentir legitimado para assinar a urgência”, explicou. Como os líderes dos partidos na Casa concordaram com a urgência, o projeto chegou mais rápido ao plenário e foi aprovado nesta quarta-feira (14).
A parlamentar criticou o líder do PSL na Câmara. “Eu acho que o Waldir errou, nem todo mundo era favorável à urgência”, disse. “Ele assinou sem consultar a bancada”, continuou. Ela, no entanto, explicou que o partido era o representante do governo na discussão, uma vez que é a sigla do presidente Jair Bolsonaro, e que o líder se sentiu pressionado a não ir contra a proposta. “Quando existe uma reunião do colégio de líderes, se o posicionamento do governo for contra, qualquer coisa que seja aprovada é como se o governo tivesse sofrido uma derrota”, relatou.
Para Carla Zambelli, o projeto de abuso de autoridade aprovado pelo Congresso não é bom. “É um exagero isso”, afirmou sobre os pontos do projeto. “É para evitar novas operações”, disse, comentando que a aprovação é uma espécie de vingança do Legislativo contra o Judiciário após operações como a Lava Jato.
Frota e PGR
Ainda no Pânico, Carla Zambelli comentou a expulsão de Alexandre Frota do PSL. A deputada já tinha feito um requerimento para que o parlamentar saísse do partido, mas disse que não foi por isso que a expulsão de fato aconteceu. “A expulsão de fato não se deu através do meu pedido, foi só o estopim”, contou.
Ela afirmou que Frota estava indo contra o partido na Câmara. “Ele se absteve de votar a reforma da Previdência“, exemplificou.
Zambelli também falou sobre o próximo procurador-geral da República, que será indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. Ela é contra a indicação de Augusto Aras, um dos mais fortes concorrentes, e a recondução de Raquel Dodge ao cargo.
“A gente precisa de uma pessoa que queira que a Lava Jato ande”, disse. “Uma pessoa que não tenha medo, não tenha lado. Raquel Dodge e Aras não têm esse perfil”, afirmou Carla Zambelli.
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