Cientista político analisa anulação de impeachment: “foi uma manobra para ganhar tempo”

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2016 14h10
Mayra Chibante/ Jovem Pan

Na última segunda-feira (09), o Brasil viveu momentos de verdadeiras idas e vindas políticas. O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, anulou a decisão de prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Poucas horas depois, essa anulação foi revogada, retomando a continuidade do afastamento de Rousseff. O cientista político, Fabio Ostermann, esteve no Pânico desta terça-feira (10) para discutir sobre os rumos políticos do Brasil, além de analisar porque chegamos nesse ponto crítico.

“O processo de impeachment nunca chegou a ser anulado. Foi uma manobra, na melhor das hipóteses, para ganhar tempo”, disse.

Nesta quarta (11), o Senado votará e decidirá o afastamento de 180 dias da presidente. Na opinião de Ostermann, “a incompetência de Dilma e a incapacidade dela fez muita gente acordar. A gente precisa mudar de ideia, mudar o sistema operacional”.

Formado em Direito e Economia, o especialista afirmou que a base do problema político brasileiro é a influência extrema dos partidos e do Estado nos assuntos econômicos. Defensor do liberalismo, Ostermann acredita que “a economia da ditadura militar brasileira se assemelha muito ao governo Dilma. É estatizante. O negócio deles não é o capitalismo, é o toma lá dá cá”.

Claudio Tognolli também participou do debate e compartilha da mesma opinião de Ostermann quando a pauta é iniciativa privada. Para ambos, a venda da Petrobras se faz necessária, já que “é fonte de ineficiência, de corrupção absurda”. Para Fábio, o Brasil não possui instituições com a transparência necessária para que empresas estatais sejam estabelecidas.

Segundo o cientista político, o brasileiro precisa, também, diminuir as expectativas nos congressistas. “A gente coloca todas as esperanças do País num presidente. Um país desenvolvido não se faz apenas de grandes presidentes. Nos Estados Unidos, o governante tem uma influência muito menor nas decisões. Brasília acabou sugando tudo. Precisamos ser mais Brasil e menos Brasília”, analisou.

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