Damares defende educação sexual: ‘Eu não aceito que abuso seja cultura no meu País’

  • Por Jovem Pan
  • 11/10/2019 13h29 - Atualizado em 11/10/2019 20h01
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Segundo a ministra, novo material sobre o assunto, "feito de forma correta", chegará às escolas

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu, nesta sexta-feira (11), a educação sexual para crianças e adolescentes na escola. Em entrevista ao Pânico da Jovem Pan, ela disse que nunca foi contra o ensino sexual, mas sim contra a forma como ele estava sendo feito no Brasil.

“Eu não aceito que o abuso seja cultura no meu País. Abuso não se minimiza, não se relativiza, não se explica. A educação sexual é necessária, eu defendo e converso muito com o presidente da República [Jair Bolsonaro] sobre isso. Não fizemos nenhuma declaração contra a educação sexual”, disse.

Segundo ela, o problema é “a forma com essa educação estava se processando”, sem o conhecimento dos pais e com “material duvidoso”. “Eu vi cartilhas dadas para crianças de 12, 13 anos, com quatro homens fazendo sexo na capa. Vi menina de 8 anos colocando camisinha em um pênis de borracha”, contou. “Tinha muita coisa acontecendo no Brasil. A educação sexual tem que acontecer de forma correta e obedecendo as idades, com pessoas preparadas.”

Para Damares, a conversa sobre sexo precisa começar em casa, partindo dos pais. Por isso, uma de suas bandeiras é trazer a família novamente para perto da educação das crianças.  Ao relembrar sua infância, quando foi abusada sexualmente, ela disse que, se tivesse sido orientada por seus pais, teria conseguido se defender.

“Eu não sabia o que era aquilo. Se eu tivesse sido orientada, tipo ‘esses lugares seus são íntimos, ninguém pode tocar’, eu teria gritado. Se eu tivesse me empoderado, eu teria me defendido. Por isso, estamos produzindo um material correto, falando da forma certa sobre educação sexual, para aprender a se defender”, concluiu.

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