"Dança dá prazer, dá alegria, é como comer chocolate", afirma Carlinhos de Jesus

  • Por Jovem Pan
  • 05/06/2014 14h31
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Jovem Pan

Dançarino, coreógrafo e empresário, já que é proprietário também de duas casas de dança, Carlinhos de Jesus lança em meados do mês de julho, em São Paulo, a sua casa de shows Lapa 40 Graus. A casa já faz muito sucesso no Rio de Janeiro. O bar que fica na Rua Inácio Pereira da Rocha, na Vila Madalena, tem inauguração para convidados prevista para o dia 24 de julho, uma quinta-feira, para não fugir da tradição. “O outro no Rio de Janeiro nós inauguramos numa quinta-feira também. Não queremos perder esta tradição.” Ele conclui: “São Paulo vai ter o privilégio de dançar uma dança de gafieira carioca.” Sobre este e outros assuntos, Carlinhos conversou com o Pânico.

O artista comenta como surgiu o seu interesse pela dança: “No subúrbio do Rio de Janeiro a cultura de dança é muito forte e eu cresci neste meio. Meu pai foi um líder comunitário que era convidado para diversos eventos e eu sempre acompanhei meu velho.”

Questionado sobre a opinião dos homens com relação à dança, o dançarino foi enfático e ressaltou que existe muito preconceito: “Os homens brasileiros cresceram ouvindo que os homens não dançam. É uma coisa machista. Quando ele descobrir esse vício vira rato de academia. Os caras chamam os dançarinos de viado, mas para dançar o cara fica o tempo inteiro agarrado com mulher.”

Sobre o flash mob que está sendo promovido através do projeto Dança Brasil, Carlinhos de Jesus diz: “O Dança Brasil é um Projeto do Ministério da Cultura com a Funarte que tem como objetivo mostrar a dança do país. O projeto vai abranger as grandes cidades que irão receber os jogos da copa. Nós vamos fazer movimentos ligados à cultura brasileira. A finalidade principal é que a dança é a maior manifestação brasileira, de grande visibilidade. Ela mostra a receptividade do povo brasileiro.” Em relação à coreografia, Carlinhos relata, “Nós estamos com uma coreografia montada que já foi para internet pelo nosso site. Um grande grupo já está ensaiando em academias. Qualquer pessoa pode ir, basta se inscrever e pesquisar pelo site as datas e as coreografias.”

O dançarino conta que iria participar do encerramento da Copa do Mundo, “Eu iria fazer o encerramento da Copa, cheguei até a assinar um contrato em sigilo, mas no meio do percurso eu resolvi não fazer. A FIFA contrata uma empresa de evento, de produção, e começa um estudo de acordo com a finalidade, com a proposta. No caso do Brasil, quem está organizando são estrangeiros no comitê.” O dançarino também fala sobre esta onda de manifestações que ameaçam estragar o evento, “Eu acho que a manifestação é importante, mas acredito que o quebra-quebra é desnecessário. Nós temos que mostrar que sabemos receber as pessoas.”

Jurado do quadro Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão, Carlinhos de Jesus fala sobre o quadro do Faustão, a lambada e a nova onda do Zumba Fitness.

“Eu acho o Dança dos Famosos muito importante para a dança. Eu já sugeri para o Faustão que os artistas dancem outros estilos, como as danças do sul e o sambarock. A minha imagem é muito ligada a dança no Brasil e por isso eu não abro mão de participar do programa. É uma chave de cadeia por que você dá a nota e nego reclama. É o programa de dança de maior audiência no país e desperta o interesse do público. É um belo cartão postal para a dança.”

Ele afirma que não pretende sair da Mangueira e nem trabalhar no exterior. “Eu pretendo encerrar a minha carreira na Mangueira. Eu acho que já percorri minha história no samba. Hoje eu não tô mais somente na comissão de frente, eu tô fazendo a direção artística da escola também. Eu já fui convidado para ir para os EUA, já participei de projetos lá, mas hoje eu sou empresário.”

“Dança dá prazer, dá alegria, é como comer chocolate. A galera precisa entender que a dança dá prazer. Essa rapaziada babaca diz que dança não é coisa de homem”, afirmou Carlinhos de Jesus sobre o preconceito ainda existente em relação aos homens praticarem dança.

O dançarino ainda explica a diferença entre “bate coxa”, “rala bucho” e forró “mela cueca”, e finaliza: “No norte e no nordeste do Brasil é aonde mais se dança e dança muito bem. Pelas minhas andanças, eu aprendi que no bate coxa o homem conduz a mulher com a perna direita entre as pernas da dama. No rala bucho, você dança bem encostadinho. Fica um corpo rosando no outra, na região do abdômen. Eles são a preparação para o mela cueca.”

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