Defensor da Ditadura, Jair Bolsonaro reforça frase polêmica: "o erro foi torturar e não matar"

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2016 14h13
Jovem Pan <p>Jair Bolsonaro falou sobre suas polêmicas durante participação no Pânico</p>

Militar da reserva e cumprindo seu sétimo mandato na Câmara dos Deputados, o político mais polêmico de todos os tempos, Jair Messias Bolsonaro, esteve no Pânico desta sexta-feira (08).

Com mais de três milhões de curtidas apenas na sua página do Facebook e com uma suposta pré-candidatura à Presidência de 2018, o parlamentar eleito pelo Partido Progressista acredita estar mais preparado do que os últimos líderes que o Brasil teve, Lula e Dilma Rousseff.

“Na mesma sala estou eu, Lula e Dilma. Aplica-se a prova do ENEM. Se eu não tiver uma nota maior que eles, então não estou preparado”, disse ironicamente.

Para Jair, a liderança da nação se baseia em questões mais importantes que as polêmicas sobre homofobia e estupro comumente associadas a seu nome. “Vou responder sobre Agricultura. Perguntar por que o Brasil não tem Turismo. Alguém fica tranquilo na praia de Copacabana? Não fica!”, afirmou.

Mais que isso, um dos pontos que Bolsonaro defende é a manutenção da violência. “Como resolver? É com lei rígida, é entupir a cadeia de vagabundo”, acredita.

Não só de tiro, porrada e bomba que a plataforma de Jair funciona. Com passagem pelo Exército, Bolsonaro defende os anos de Ditadura Militar. “Naquela época existiam grandes debatedores. O período de 64 foi pintado errado pelo PT. Quem tem dúvida, pergunte para o vovô. E veja como o Brasil era naquela época e compare com hoje em dia”, analisou.

Questionado por Marina Mantega sobre antigas afirmações, Bolsonaro, sem papas na língua, se defendeu: “o erro da Ditadura foi torturar e não matar”.

Kit gay

O debate sobre a comunidade LGBT, homossexualismo e homoafetividade tem sido um dos pontos fracos de Bolsonaro. Quase sempre envolvido em polêmicas sobre homofobia, o parlamentar fez questão de enfatizar que não tem problemas com isso. Apenas defende a educação sexual dentro de casa. Embora esse seja o discurso, ele preferiu não responder sobre como seria seu tratamento caso tivesse um filho gay.

Para tanto, destaca-se o debate sobre a distribuição dos kits gays nas escolas. “Como um material dito didático, de cenas de meninas se beijando, pode chegar nas escolas para crianças de seis anos de idade?”, perguntou.

E o questionamento continua: “qual pai quer chegar em casa e ver o filho brincando de boneca por influência da escola? Quem ensina sexo é o pai e a mãe”.

Caso Maria do Rosário e estupro

Em 2014, na Câmara e em entrevista, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada, por ser considerada feia.

A afirmação do político ganhou projeção nacional e Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por incitar a prática do estupro.

A discussão entre Rosário e Bolsonaro é enxergada pelo parlamentar como apenas uma explosão. “Entrei em muitos debates na Câmara e explodi algumas vezes. Como foi o caso da Maria do Rosário”, explicou.

Para o militar, a deputada do Rio Grande do Sul perdeu a razão dos argumentos. “Numa brincadeira, você pode me xingar do que você quiser. Mas na Câmara, com todo mundo me filmando, não”.

E mais: “me xingar de estuprador foi para tentar me tirar do sério. A reação que eu tive foi uma retorção”.

Estupro, por sinal, é um assunto frágil dentro do discurso de Bolsonaro. Tido como extremista, ele é adepto da castração química e do endurecimento das penas. Segundo o parlamentar, a política dos Direitos Humanos é tida como um “coitadismo”.

Ao ser questionado sobre se a castração química seria uma prática retrógrada e medieval, o parlamentar rebateu: “pergunte à estuprada qual a opinião dela”.

Confira a participação completa de Bolsonaro no Pânico:

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