Dono do Habib's diz que reforma trabalhista é 'a melhor coisa que aconteceu no mundo'
Em vigor no Brasil desde novembro do ano passado, a reforma trabalhista continua dividindo opiniões. Enquanto alguns a criticam por supostamente “precarizar” a situação dos trabalhadores, outros elogiam a flexibilização da legislação como medida para retomar o crescimento. Alberto Saraiva, dono da rede de alimentação Habib’s e um dos empresários de maior sucesso na história do empreendedorismo brasileiro, está nesse segundo grupo.
“Essa reforma foi a melhor coisa que aconteceu no mundo. Era muito desproporcional. Tínhamos mais reclamações trabalhistas aqui que no mundo inteiro somado. A reforma dá mais equilíbrio. Ela trouxe competitividade ao país. Se o país for produtivo e gerar mais riqueza, vai ser bom para todo mundo! Só assim as 13 milhões de pessoas deixarão o desemprego. Não adianta limpar o nome e logo em seguida continuar com o problema. Temos que gerar emprego, riqueza, salários bons”, disse nesta segunda-feira (13) em entrevista ao Pânico.
“E essa lei vai gerar empregos. Ainda não aconteceu porque faz meses que ela foi aprovada. Mas o país do futuro tem que ter reforma. Os empresários tem que ter disposição e ânimo para formar novas empresas e gerar capital. A lei trabalhista era uma grande barreira. Como pode alguém que trabalha 6 meses pleitear 200 mil, 400 mil? Não tem nada a ver. A mudança vai ser boa não aos empresários, mas a toda a população. Nos países em desenvolvimento que estão lá na frente é assim que funciona. Temos que nos atualizar”, completou.
Além de cuidar da empresa, Saraiva, autor do livro 25 Verbos para Construir sua Vida, apresenta palestras para incentivar não só empreendedores, mas também trbalhadores contratados de grandes companhias, a prosperarem. Por cada uma recebe cerca de R$ 80 mil – valor que é totalmente revertido à Santa Casa de São Paulo. E é por essas e outras que acredita que dividir a sociedade brasileira entre funcionários e patrões não pode ser benéfico a nenhum dos lados.
“Esse pensamento é retrógrado. Coisa do passado. Coronelismo. Coisa que vem na tradição. Somos um país que teve escravidão, uma série de dificuldades, mas não existe mais. O funcionário não pode achar que, se não deu certo, foi por culpa do patrão. E o patrão não pode achar que, se não deu certo, foi por culpa do funcionário. Eu emprego quase 20 mil pessoas. Eles tem que torcer por mim! Sou responsável por 20 mil famílias! São quase 100 mil pessoas! Quero gerar empregos. Os brasileiros tem que ter essa mentalidade, não ouvir os políticos que nos dividem entre pobres e ricos. Somos brasileiros e temos nossas funções”, declarou.
Além desse “pensamento retrógrado”, o que impede o desenvolvimento do Brasil para ele é a corrupção. Segundo suas palavras, o país é como uma empresa que tem diretores que passam o dia inteiro pensando em meios para obter vantagem própria. Se não fosse por essa prática quase institucionalizada, nós teríamos uma das maiores nações do planeta. E não é que esse discurso politizado tem chamado atenção de muita gente?
“Já fui muito chamado para entrar para a política. Tenho participação ativa nisso, mas, como político, a pessoa precisa ter tempo, disposição, passado, relacionamento. Eu posso colaborar como empresário gerando emprego, riqueza, incentivando a galera. Tem gerente meu hoje que tem 12 lojas! Isso é fruto de motivação. Posso colaborar em muitos aspectos, mas como político eu não teria como. Há grandes nomes surgindo só que eles não vão acontecer. São partidos pequenos, não tem horário, representatividade. O sistem é complicado. Está planificado para não ter mudanças. Esse será o grande desafio nas próximas eleições”, concluiu.
Alberto Saraiva estará presente no Fórum Liberdade e Democracia organizado pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo em parceria com a Jovem Pan. O evento acontecerá no dia 27 de agosto no Hotel Unique. Ingressos e informações podem ser encontrados neste link.
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