Dudu Nobre fala sobre “rivalidade” entre samba e funk: “há espaço para ambos”

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2014 13h41
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Jovem Pan

Dudu Nobre, um dos maiores compositores da MPB e grande nome do samba, esteve no programa Pânico desta quarta-feira (7). O cantor acaba de lançar seu 15º álbum, “Ainda É Cedo” – contando com sua coletânea de sambas-enredo, que ganhou um DVD especial. Ninguém melhor do que o próprio para falar sobre o momento atual do samba, a falta espaço nas mídias e a “malandragem” atrelada ao gênero.

“Tanto o samba, quanto o funk têm o seu espaço. Um não toma o lugar do outro. Cada um tem o seu público, tem uma galera até que mistura e que dá certo. O funk pega muito a molecada e hoje, com a internet, as coisas se espalham muito rápido. Atualmente, como artista, é necessário estar sempre antenado”, explicou, “Os canais de TV aberta e fechada não dão espaço a clipes de samba, por exemplo”.

Prestes a completar 15 anos de carreira, o sambista tem muita história para contar. Seu pontapé inicial foi como compositor. A transição para artista aconteceu naturalmente, mas com um incentivo a mais. “Quando você tem muita conta para pagar acaba pensando duas vezes antes de dar sua música para os outros”, brincou. Dudu Nobre lança seu novo CD “Ainda é Cedo”

“Comecei muito cedo. Ainda jovem, estava trabalhando com Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Fundo de Quintal, Martinho da Vila. Quando fui ver, a coisa estava acontecendo. Eu tinha sete gravadoras, três empresários querendo me contratar. Aí percebi que tinha que decidir minha vida”, completou. Seu primeiro álbum foi lançado em 1999 e ele não parou desde então. 

Dudu ainda compartilhou uma história curiosa sobre “A Grande Família”, tema do seriado da rede Globo que leva a sua voz. “Quando me ligaram, falaram do remake e disseram que seriam apenas seis capítulos. Tive que pagar as despesas de estúdio, até pensei duas vezes. O sucesso foi tamanho que as temporadas foram acontecendo. No décimo ano, já queria gravar outra”, disse, entre risos.

Conhecido como o gênero musical do malandro, Dudu deu sua opinião: “o samba tem um lado muito boêmio, da noite, aí ficou esse rótulo da malandragem. Tem aquilo de ser oriundo da comunidade, mas malandragem mesmo é voltar para sua casa e abraçar sua patroa”.

Nobre ainda criticou o Carnaval de hoje. “O que eu vejo hoje é que a qualidade dos sambas-enredos caiu muito. Especialmente por causa dos que são patrocinados, é complicado. Você só tem um grande samba, quando há um grande enredo”, afirmou.

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