Eduardo Marinho deixou a família rica para viver na rua: ‘Só encontrei sinceridade na mendicância’
Em entrevista ao Pânico, Eduardo Marinho falou sobre como foi parar nas ruas
O Pânico recebeu nesta quinta-feira (10) o artista de rua Eduardo Marinho. Ele ficou conhecido quando estrelou um documentário em que conta sua história, “Observar e Absorver”. Chamado de filósofo de rua, ele deixou a família rica para ir morar na rua.
“As pessoas que não tinham nada eram mais fortes do que as pessoas da minha classe social”, explicou. “Queria me aproximar dos pobres e não conseguia, eles me tratavam como riquinho. Só vi igualdade quando virei mendigo mesmo”, afirmou Marinho.
O artista de rua contou que não era feliz quando vivia com a família. “Eu só queria ganhar a vida e ter satisfação de viver”, disse sobre a decisão de ir para as ruas. “Eu sentia que sempre tinha um pobre me servindo”, explicou sobre não encontrar felicidade na vida de luxo.
“Eu tive um medo muito grande de ter uma vida sem sentido. Um medo maior do que o medo de morrer, maior do que o medo de ficar na miséria”, desabafou, apesar de reconhecer de que tinha uma vida boa com a família. “Quando eu vivia como filho do coronel, era muito bem tratado, mas era um tratamento cênico. Só encontrei sinceridade na mendicância”, disse. “Prefiro mil vezes um pé na bunda com sinceridade do que um sorriso falso.”
Com opiniões bem formadas, Eduardo Marinho afirmou que o governo comete um crime ao deixar pessoas desabrigadas. “O Estado comete crimes contra a maioria da população desde que foi criado. Desde que vi o Estado como organização criminosa, os valores sociais caíram para mim”, disse. Ele também criticou as escolas e os sistemas de ensino. “O modelo de ensino tentou me fazer um competidor implacável e não um ser humano para viver em comunidade.”
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