‘Estamos vivendo um regime de exceção’, diz Bia Kicis após ter redes sociais bloqueadas

‘O parlamento está sendo calado desde a prisão do Daniel Silveira’, afirmou a parlamentar em entrevista ao Pânico

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2022 17h36 - Atualizado em 07/12/2022 19h43
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Reprodução/Jovem Pan News Bia Kicis Bia Kicis foi a convidada do programa Pânico

A deputada federal Bia Kicis foi a convidada do programa Pânico desta quarta-feira, 7. Em entrevista, ela se manifestou sobre o bloqueio de suas redes sociais após decisão judicial de autoria do ministro Alexandre de Moraes. Segundo a parlamentar, a razão pela queda dos seus perfis online foi a postagem de um vídeo onde presos aparecem supostamente comemorando a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva “Ontem eu recebi a notificação, ela está naquele inquérito das fake news, que já dura três anos e é totalmente ilegal e inconstitucional. A razão no despacho dele [Alexandre de Moraes] foi porque eu teria compartilhado um vídeo durante as eleições que acho que meio Brasil compartilhou. A informação que veio no despacho foi que a checadora de fatos Lupa e o UOL disseram que esse vídeo era fake, que foi uma comemoração no Maranhão em 2016, que editaram o som”, explicou. “Se esse vídeo é fake, eu fiquei sabendo na petição. Meio Brasil compartilhou e isso não faz de mim uma criminosa. O outro fato seria eu, como autora da PEC do voto impresso, ter falado em algum momento que as urnas são passíveis de fraude. Esse foi o motivo para que eu me tornasse uma ameaça à democracia. É brincadeira um negócio desses, estamos vivendo um regime de exceção.”

Para Kicis, sua ausência nas redes sociais é uma forma de censura. A deputada com mais votos no Distrito Federal afirma que outros parlamentares estão atuando para denunciar os bloqueios das redes. “Unidos criamos grupos, estamos trabalhando. Tenho feito denúncias no plenário da casa, mesmo antes de ser eu a atingida. Não se trata de personalizar o problema. O parlamento está sendo calado desde a prisão do Daniel Silveira que houve essa interferência do STF no mandato de parlamentares”, afirmou. “As redes são uma extensão do nosso mandato. O ministro Barroso disse em uma votação que, em tempos de internet, as redes também são a sede do STF. Quando você ofende um ministro, tem que se entender como se você estivesse fazendo isso dentro do Supremo. O parlamentar tem como uma de suas principais funções parlar, falar, discursar e documentar as coisas pelas suas palavras. Ele não pode ser censurado nas redes porque é exatamente onde ele se comunica com seus eleitores.”

Base de Jair Bolsonaro no Congresso, Bia Kicis opinou sobre o governador eleito pelo Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que afirmou não ser um “bolsonarista raiz”. “Tarcísio é uma pessoa técnica, ele não é uma pessoa ideológica. Ele não traiu ninguém, o presidente da república convivia com ele, sabia exatamente que esse era o perfil dele. Quem trai é quem engana, se faz passar por amigo e depois mete uma facada nas costas. O Tarcisio nunca fez isso”, refletiu. “Quando ele diz que não é bolsonarista raiz, ele está dizendo a verdade, ele nunca foi mesmo. O presidente sempre o apoiou sabendo que ele era uma pessoa técnica, que já havia passado por outros governos, e fez um excelente trabalho técnico. E muito importante para a gente que, mesmo sendo técnico, ele não abra mão de princípios, como o da defesa da liberdade, isso não é ser ideológico. A gente reconhece que, nesse momento, pessoas que aplaudem o que está sendo feito por ministro do Supremo, isso a gente não pode aceitar”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Bia Kicis:

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