Ex-feminista, Sara Winter acredita que a cultura do estupro não existe
Ela já foi um dos maiores símbolos do feminismo extremo da atualidade. Mas, atualmente, Sara Winter se considera ex-esquerdista e ex-feminista. Convidada do Pânico desta terça-feira (05), juntamente com a jornalista Helen Braun, as duas debateram sobre o papel da mulher na sociedade e chegaram pelo menos a um consenso: “não significa não. Não assediar significa ter bom senso, não é tão complicado assim”.
Questionadas sobre a polêmica da cultura do estupro, as duas têm opiniões bastante divergentes. Professora de Jornalismo e uma das apresentadoras do “Morning Show”, Helen acredita que a nossa sociedade está cultivando esse tipo de comportamento. “80% dos casos acontecem em casa, é de parente de vítima. Isso revela que a há cultura do estupro na nossa sociedade”.
Por outro lado, a escritora e palestrante Sara Winter acha que essa cultura é inexistente. “Se você dividir o número de estupradores pelo total de homens na população, você vai ver que são muito poucos”, afirmou.
Mais que isso, rebatendo as pessoas que acreditam que os estupradores possuem traços patológicos na personalidade, Sara é direta e questiona: “estuprador não é doença, no caso de estupro coletivo, como tem 30 caras no mesmo lugar e com a mesma doença?”.
Gentileza ou machismo?
Abrir a porta do carro? Pagar a conta do restaurante? Ajudar em casa? Dependendo do ponto de vista, existem feministas que acreditam que esses são atos machistas.
“Cavalheirismo parte do ponto de uma sociedade patriarcal, que fala que a mulher não é capaz. Por outro lado, não confunda com gentileza”, disse Helen.
Já Sara enxerga esses tipos de “tarefas” como uma prática da cidadania. “O caminho é ensinar os homens que eles têm que ajudar. A partir do momento que houve uma revolução tecnológica e as mulheres foram para o mercado de trabalho, eu acho que os dois têm andar juntos”
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