Ex-modelo escancara submundo da dependência química: "não é ansiedade, é obsessão"

  • Por Jovem Pan
  • 03/05/2016 14h22
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Jovem Pan <p>Marina Filizola falou sobre a dependência de drogas no Pânico</p>

De modelo a atriz global, Marina Filizola se rendeu ao submundo das drogas. Depois de anos de autodestruição, ela lança seu livro de crônicas, “Leite em Pó”, onde relata, detalhe por detalhe a sua superação: “ela destrói tudo que está ao seu redor. A droga é a cereja do bolo. Você tira a droga e só sobra você”.

Em entrevista ao Pânico desta terça-feira (3), Marina contou que seu primeiro passo químico se deu aos 14 anos: “eu comecei a me drogar para me inserir em grupos sociais como qualquer pessoa”.

Com apenas 16 anos, caiu de paraquedas no mundo da moda.Foram muitos comerciais para a conta, até que foi chamada para o casting do extinto programa O+, exibido pela Rede Bandeirantes, para dar vida à Internética, uma das primeiras personagens dos anos 2000 que fazia interação com a internet. “Tinha 18 anos, fiquei dois anos com um salário invejável. Comprei meu apartamento. Mesmo com a droga, eu era super certa”, disse.

A modelo explicou que seu problema vai além da dependência química, “é uma predisposição genética. A minha compulsão nas coisas vem desde pequena. Para competir, eu tinha que ser a primeira, tinha que pegar pódio. Não é ansiedade, é obsessão e compulsão, que são os traços da doença”.

E quando ela se deu conta da dimensão da destruição? “Meu cachorro não comia e não dormia, porque eu era assim. Isso foi mais um dos cliques que tive”, revelou.

Atualmente, ela se considera limpa e traçou um limite entre a sua vida de agora e o seu passado: “eu respeito a droga, não tenho medo. É muito mais forte que eu. Se eu bater de frente, eu perco. Existe uma distância honesta entre a gente”.

Leite em Pó

Frequentadora dos Narcóticos Anônimos até hoje, Marina contou que “ter aceitado a minha natureza foi a minha salvação. A minha literatura é isso”.

Desenvolvendo seu livro por quatro anos, Filizola relatou que a obra une dois mundos: a dependência química e a maternidade, daí o título. Sobre essa mistura um tanto quanto inusitada, a ex-modelo explica: “a maternidade te deixa num grau de loucura muito parecido com a droga”.

O sucesso dos seus relatos já é um fato, tanto que “já compraram os direitos e estou ajudando a desenvolver o roteiro”.

Atualmente, Marina é mãe de Logan, de dois anos. Sobre a educação dele, ela é bastante direta: “esse moleque cresce numa sala de Narcóticos Anônimos. Ele tem uma mãe que não bebe e um pai que não bebe”.

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