Fernão Lara Mesquita diz que PEC da Transição vai matar o Congresso: ‘Arremate da ditadura’

‘Jornalismo não é para quem quer, é para quem não consegue deixar de ser’, afirmou o jornalista em entrevista ao Pânico

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2022 17h09
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Reprodução/Jovem Pan News fernão lara mesquita Fernão Lara Mesquita foi o convidado do programa Pânico desta terça-feira, 29

Nesta terça-feira, 29, o programa Pânico recebeu o jornalista Fernão Lara Mesquita. Com mais de 30 anos de carreira, ele afirmou que encara o jornalismo como uma missão de vida. “Jornalismo não é para quem quer, é para quem não consegue deixar de ser. É um troço pesado se você quiser levar a sério, é carregar piano, mesmo. Eu estou nessa um pouco, de repente vi que a situação do Brasil chegou no ponto em que convocaram os reservistas. Tive que vir para a briga porque a coisa está preta. Nunca vi isso nos 50 anos de janela que estou olhando profissionalmente”, disse. O comentarista afirmou ser contra a hegemonia da grande imprensa e a favor da pluralidade de opiniões. “Você tem que tratar essa mídia gigante, são cinco ou seis caras. Ficou moleza, você coloca aquela turminha, vai excluindo todo mundo que fala diferente e, no fim, fica aquilo.”

Mesquita afirmou estar apreensivo com a PEC da Transição no próximo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e opinou sobre os rumos da democracia brasileira. “Todo mundo embarcou nessa conversa de PEC do Furo, PEC do Teto. Não é. Essa PEC é o arremate da ditadura, é a PEC para se livrar do Congresso. Está eleito, mas ainda não tomou posse, um Congresso com outras maiorias, tanto no Senado, quanto na Câmara. Na última hora, esse voto [útil em Lula] pesou muito nesse Congresso que foi eleito. Precisa chamar isso pelo nome certo, gente. Está difícil de reverter, mas se o Congresso fizer isso, ele se matou. Essa PEC não é a PEC Fura-Teto, é a PEC para matar o Congresso.” O jornalista ainda opinou sobre as manifestações nas ruas e as decisões do STF. “Essa situação que nós estamos vivendo não é totalmente inédita, tanto que ela está prevista em detalhe na legislação brasileira, com todos os remédios possíveis. Você tem dois tipos de remédio, um aplicado pelo Senado, instituição titulada para enfrentar o abuso de poder do Supremo Tribunal e dar um remédio para isso. Para as Forças Armadas, falta um pouco de acabamento que poderia ter tido. Não se trata de desejar, de propor ou pedir uma ação direta, mas que ela traga o seu poder de coerção”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Fernão Lara Mesquita:

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