Dr. Guido Palomba critica cultura dos antidepressivos: ‘Algo está errado’
Em entrevista ao Pânico, Dr. Guido Palomba também falou sobre maioridade penal
O Pânico recebeu nesta quarta-feira (29) o psiquiatra forense Guido Palomba, que fez uma dura crítica ao consumo indiscriminado de antidepressivos.
O especialista culpou a indústria farmacêutica e os próprios médicos pelo número cada vez maior de pessoas que tomam esse tipo de remédio. “Hoje se vende mais antidepressivo do que Hipoglós. Algo está errado, tem limites”, disse Palomba.
Para ele, há uma máfia na indústria farmacêutica. “A indústria farmacêutica equipara quem tem depressão severa a quem tem depressão porque o cachorro morreu. Todo mundo toma o mesmo remédio e a mesma posologia”, criticou.
Palomba defendeu que os remédios deveriam ser restritos aos que têm problemas mentais verdadeiros. “Não existe remédio sem efeito colateral”, explicou. “Há tratamentos sem remédios, como dar uma volta no parque.”
O psiquiatra forense, no entanto, reconheceu que há males incuráveis na psiquiatria. Por isso, ele sustenta que alguns criminosos considerados psicopatas não podem voltar para a sociedade.
“Alguns indivíduos que praticaram delitos incompreensíveis são totalmente irrecuperáveis para a sociedade. Quando eles voltam para a sociedade, não tardam em voltar a cometer o que faziam”, explicou.
Especialista em criminalidade, Guido Palomba também falou sobre a maioridade penal. O especialista tem uma proposta que cria uma zona de transição entre maiores e menores. “É preciso introduzir essa zona de passagem entre a menoridade absoluta e a maioridade por meio da semi-imputabilidade”, afirmou.
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