Izabella Camargo: ‘Não tem Burnout quem está feliz’

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2019 14h25
Jovem Pan Izabella Camargo foi a convidada do Pânico nesta quinta-feira (2)

Após ser demitida da Globo, a jornalista Izabella Camargo passou a levantar a bandeira da luta contra a síndrome de Burnout, um esgotamento físico e mental causado pelo trabalho. Ela foi diagnosticada com a doença e tirou uma licença médica para se tratar, mas perdeu o emprego logo em seguida. Em entrevista ao Pânico nesta quinta-feira (2), Izabella explicou os fatores que causam a condição e como prevenir. “Não tem Burnout quem está feliz”, disse.

A jornalista foi diagnosticada com a doença após passar muito tempo trabalhando de madrugada. Ela era uma das apresentadoras do “Hora 1”, telejornal diário exibido pela Globo às 4h. “Por estar no horário da madrugada, fui abrindo mão de várias coisas, do prazer, da vida social. Você vai se isolando, você só trabalha”, explicou. “Se eu trabalhasse durante o dia, com certeza não teria Burnout”, afirmou.

Ela tentou mudar de horário, mas nunca teve o pedido atendido. Essa falta de apoio da emissora, inclusive, aumenta as chances do esgotamento. “Burnout é o esgotamento mental profissional. (…) Se você tiver recompensa emocional e financeira, não tem Burnout”, disse. Por estar trabalhando de madrugada, a apresentadora passou a ter hábitos nada saudáveis. “Eu tomava remédio para dormir e para acordar. Trabalhava para pagar médico. Isso não está certo”, desabafou.

Depois da licença médica, Izabella Camargo estava pronta para voltar a trabalhar, mas foi demitida no dia em que retornou à emissora. “Senti falta de apoio [da Globo], mas, ao mesmo, entendo o papel da TV que quis me substituir por uma pessoa que não estava com o que eu tive”, reconheceu. A Globo, no entanto, sequer quis reconhecer a doença desenvolvida pela jornalista como um acidente de trabalho. “A Globo não quis abrir minha CAT [Comunicado de Acidente de Trabalho], tive que abrir no sindicato”, revelou.

Governo

Fora da Globo, Izabella Camargo foi convidada para integrar o Ministério da Ciência e Tecnologia. O trabalho no governo, porém, durou apenas três meses: ela pediu exoneração do cargo no mês passado. A jornalista explicou que não gostou do ritmo de trabalho no ministério e quis antecipar sua saída antes que algo pior acontecesse. “No início já identifiquei que eu ia me prejudicar naquele ritmo”, explicou.

Mesmo com pouco tempo no governo, ela elogiou o ministro Marcos Pontes e afirmou que gostou do que fez nesses três meses. “Eu acredito muito na missão do ministro Marcos Pontes, que é a mesma que a minha. Fui lá e fiz o melhor que pude.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.