Judoca Rafael Baby agradece apoio do exército e celebra bronze no Rio: "foi como um ouro"
Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Rafael “Baby” Silva ainda está anestesiado pelo excelente resultado conquistado dentro de casa. Em participação no Pânico da Rádio Jovem Pan desta quinta-feira, o judoca de 29 anos valorizou muito o terceiro lugar faturado no maior evento esportivo do mundo.
“Para mim, foi como se eu tivesse ganhado uma medalha ouro”, disse Baby, que foi derrotado nas quartas de final pelo francês Teddy Riner e, por isso, precisou da repescagem para angariar um lugar no pódio. “A partir do momento em que um atleta vai pra repescagem, o bronze vira ouro. Para mim, essa medalha tem até um gostinho melhor do que se fosse de prata, porque você ganha com uma vitória e tem toda a questão da superação da repescagem”, acrescentou.
A declaração de Baby não se justifica apenas pela questão motivacional. No caso dele, o bronze teve, de fato, o peso de um ouro na Rio-2016. O brasileiro, afinal, cruzou precocemente com o lendário judoca Teddy Riner nas quartas de final da categoria pesado.
Atual bicampeão olímpico, o francês é considerado um dos atletas mais dominantes do esporte mundial na atualidade: tem oito títulos mundiais e foi derrotado pela última vez em 2008. Desde então, não levou um golpe sequer. “Já descobri umas oito maneiras de não ganhar dele”, brincou o brasileiro. “Lutei melhor dessa vez. Bater o Riner é muito difícil… Ele é um atleta diferenciado, que tem um porte físico espetacular e é uma referência”, complementou.
A torcida que compareceu à Arena Carioca 1, segundo Baby, teve papel fundamental para o seu bronze. “Cada atleta reage de uma maneira diferente à pressão. A torcida estava pressionando ali no judô… O segredo é jogar essa pressão para o adversário, para o árbitro, para todo mundo, menos para si… Foi mais ou menos o que o Thiago Braz conseguiu fazer no salto com vara”, afirmou.
Apoio do exército
Não foi só a torcida que ajudou Baby a ganhar a segunda medalha olímpica de sua vida – ele também foi bronze em Londres-2012. Fazer parte do Programa Atletas de Alto Rendimento (Paar) das Forças Armadas também contribuiu para o bom resultado do judoca mato-grossense no Rio de Janeiro. Terceiro-sargento do exército, ele é um dos 145 atletas do Time Brasil que pertencem ao quadro militar brasileiro e garante: o apoio do exército lhe ajudou bastante durante todo o ciclo olímpico.
“O programa militar no esporte já existe há muito tempo no leste europeu. O Brasil copiou essa ideia… Entrei no programa em 2011 para participar dos Jogos Mundiais Militares aqui no Brasil. Deu muito certo. Eles nos dão espaço e incentivo financeiro para treinar. Eu conheci atleta que não tinha nem onde morar antes da Olimpíada… O exército abraçou e deu muito certo. Ajudou bastante”, confirmou.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.