Lobão sobre Gil, Caetano e Chico: “você não pode falar nada para esses caras”
Se você só conhece o cantor Lobão por meio de suas redes sociais, a afirmação a seguir talvez seja um pouco difícil de engolir, mas acredite: Lobão já foi de esquerda. O roqueiro esteve no Pânico desta quarta-feira (20) explicando, entre outras coisas, porque se frustrou com o Partido dos Trabalhadores.
Para o músico, o posicionamento esquerdista era motivo de orgulho, “fiz vários shows, subi em palanques e nunca cobrei. Era uma atitude cívica”, contou. Com o tempo, o engajamento deu espaço para uma a frustração: “quando eles tomaram o poder, foi uma roubalheira tremenda. Tudo que Dilma prometeu, não dava para prometer”, desabafou.
Uma das mais recentes polêmicas envolvendo o nome do cantor aconteceu após a participação de Caetano e Gilberto Gil no programa global “Altas Horas”. Na entrevista, a dupla icônica criticou o momento político, referindo-se ao impeachment como um golpe e fazendo analogias aos acontecimentos de 1964. Lobão resolveu, então, escrever uma carta aberta para o trio formado por Caetano, Gil e Chico Buarque, ou, como ele mesmo diz: “os coronéis da MPB”.
Na carta, o roqueiro chama os três artistas para uma discussão política de pessoas crescidas. “Desde que eu me entendo por gente, você não pode falar nada pra esses caras”, criticou.
Polarização
Polêmicas de lado, Lobão também acredita que a polarização política do país é perigosa. “Eu tô vendo esses caras (Caetano, Gil e Chico) serem linchados em praça pública e eu não quero isso,” afirma. Ele acredita, por exemplo, que o pensamento de esquerda é “cafona”, mas por outro lado “ser de direita é sinônimo de ser torturador”.
Para o compositor, as opções políticas são escassas e o voto é feito por exclusão: “votei no Aécio, não muito feliz, mas não tinha outra pessoa”.
Se ele tem alguma solução? Lobão acredita que “o negócio não é cobrar imposto, mas reverter em melhorias. Pra onde vai esse dinheiro?”, questiona.
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