Manuela d’Ávila e Ana Campagnollo discutem sobre esquerda e feminismo
O Pânico desta segunda-feira (15) recebeu a ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB) e a deputada estadual de Santa Catarina Ana Caroline Campagnollo (PSL). Lançando o livro “Revolução Laura”, em que fala sobre como a maternidade mudou sua vida, Manuela falou muito sobre feminismo, mas também comentou o cenário político do país e a eleição presidencial do ano passado, em que concorreu na chapa de Fernando Haddad (PT).
No livro, Manuela d’Ávila conta como concilia sua vida pública com a maternidade. Na entrevista, a ex-deputada explicou a dinâmica de criação da filha Laura com o marido e disse que tenta não ficar longe dela. “Não quero viajar o Brasil inteiro deixando minha filha com meu marido. Não quero transformar meu marido no que os homens públicos fazem com as mulheres”, afirmou, ressaltando também não querer deixar a criança com uma babá. “Não acredito na terceirização do cuidado a uma outra mulher.”
Para Manuela, essa é uma das faces do feminismo. “Ser feminista não é defender um padrão para as mulheres, é defender a liberdadae para a mulher construir sua vida como quiser”, explicou a política.
Já Ana Caroline Campagnollo afirmou que a ex-deputada parece uma mulher conservadora no livro. “Achei o livro de uma mulher comum. Ela colocou o feminismo no livro como todas as feministas fazem, pegam o discurso feminista e colocam em sua vida”, criticou.
Esquerda x direita
Nas eleições de 2018, Manuela d’Ávila chegou a concorrer à presidência da República pelo PCdoB, mas abriu mão da candidatura e se juntou à chapa do PT. Ela, no entanto, ressaltou que não concorda com o partido. “Se eu concordasse com o PT, teria me filiado ao PT”, disse. A gaúcha explicou que desistiu de sua candidatura para tentar evitar a eleição de Jair Bolsonaro. “Eu achava que o Bolsonaro ia ganhar a eleição, a esquerda tradicional e o PSDB achavam que ia chegar na hora da eleição e ele não ia ganhar”, lembrou.
Apesar de não concordar inteiramente com o PT, a ex-deputada defende o ex-presidente Lula e acredita que ele deve ser solto. “Eu acredito que o Lula foi um presidente muito importante para o Brasil. Foi um momento econômico muito importante para o Brasil, o único momento em que houve um combate à miséria. Quem tem que defender o PT é o PT, mas eu defendo a liberdade do Lula porque é o certo”, afirmou.
Filiada ao PCdoB desde 2001, Manuela reconheceu que a direita tem bons nomes atualmente. “Fui gravar um debate com três meninos liberais e fiquei impressionada com o nível de formação deles”, disse. Para ela, o existem muitos movimentos de direita no país. “Existe uma turma da direita que se esforça, assim como eu fiz, e existe uma turma que vive de 280 caracteres e pratica uma forma de fazer política que eu nunca gostei e nunca busquei exercer que simplesmente busca exterminar seus adversários”, ponderou a ex-candidata à presidência.
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