Musa da Lava Jato sabia que suas tarefas eram ilícitas, mas não se importava: "queria poder"
Em 2013, o nome de Luciane Hoepers apareceu na lista da Operação Miquéias entre os suspeitos de fraude e lavagem de dinheiro. Considerada musa da corrupção e agora musa da Lava Jato, a modelo e consultora financeira declarou que sabia das ilegalidades que suas tarefas envolviam em Brasília, mas não se importava. “Eu queria poder”, falou no Pânico na Rádio desta sexta-feira (25).
Hoepers lembrou que foi levada para Brasília por um doleiro, do qual foi amante por anos: “ele me levou para Brasília, me colocou em uma cobertura, me deu carro importado, mesada e um sonho encantado”.
Para o trabalho, ela era o braço-direito do doleiro na venda de fundos da previdência social para prefeitos e vereadores. “Eu sabia que algumas coisas não eram lícitas, mas o que importava era aquilo que eu estava vivendo”, afirmou.
“Eu tinha um castelo montado para mim, você se vislumbra e mal quer saber de onde veio o dinheiro”, continuou. “Nunca vislumbrei o que eu estava prejudicando, eu queria mais poder. Você obtém um respeito e admiração mesmo por algo ilícito”, falou.
Devido ao envolvimento na lavagem de dinheiro, Luciane foi presa por 5 dias em 2013. Apesar da “experiência desumana” pela qual passou, ela garante que não ficou traumatizada pela prisão.
“Eu fiquei presa em penitenciária e não foi em cela separada, fiquei em uma cela com 45 presas. Fui muito assediada”, disse ao lembrar que tem pós-graduação em Economia. “É desumano, mas não sou traumatizada por isso. Meu maior trauma foi quando eu saí de lá e vi tudo o que fizeram comigo na mídia”, entregou.
Apesar do rótulo de “musa”, Luciane afirma que foi chamada para o trabalho porque o doleiro notou sua capacidade de negociação.
“Eles entendem que eu ia lá para seduzir, mas não era isso. É claro que a beleza abre portas, mas ele viu meus outros atributos também”, falou.
Quatro anos após ter sido presa, a musa da Lava Jato ainda responde em liberdade pelos mesmos processos e corre o risco de ir para a prisão novamente, algo que a assusta. “Eu tenho medo de ser presa, mas deixo a vida correr. Se for, foi”, revelou.
Capa da revista “Sexy” de agosto, ela negou que esteja vendendo uma ideia de que o crime compensa. “Eu me arrependi. Não estou fazendo apologia à corrupção, minha história fez com que eu saísse na capa. Não tem glamourização pelo título e sim pela história de ter sido presidiaria e a superação”, defendeu.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.