"Não é a comunidade gay que corre riscos, mas todos nós", analisa Fernando Holiday
Considerada a pior atrocidade desde 11 de setembro de 2001, o assassinato de 50 jovens na boate LGBT em Orlando, nos Estados Unidos, chocou o mundo. O suspeito, Omar Mateen, abriu fogo e, além dos mortos, deixou mais 53 pessoas feridas.
Fernando Holiday, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, esteve no Pânico desta terça-feira (14) falando sobre como a cultura de rótulos assola a nossa realidade: “ninguém leva em consideração a questão do indivíduo. A mídia trata como um grupo LGBT. É uma tendência de colocar as pessoas em grupos e esquecer dos indivíduos”.
Para o ativista, a segmentação da sociedade em pequenos grupos é errada. “Não é a comunidade gay que está correndo riscos, todos nós corremos riscos”, afirmou.
Polêmicas
Negro e homossexual, Fernando faz questão de deixar claro que não se vitimiza por fazer parte de dois grupos de minoria. Pelo contrário, ele não é a favor de uma das manobras que geram mais polêmica, as cotas raciais: “é um racismo institucionalizado. A pessoa passa 13 anos numa educação pública péssima e depois você quer jogá-la numa universidade pública com pessoas com uma base muito maior? É o nazismo do século XXI”.
Engajado politicamente, Holiday ainda julga artistas que possuem um discurso, supostamente, em prol da comunidade negra. “Esses caras tomaram para si o discurso dos negros e dos pobres. As letras deles passam a imagem do empoderamento, mas na prática dizem que os negros são dependentes do governo e são incapazes de se virar sozinhos”, desabafou.
E mais que isso, Fernando questiona: “as pessoas que recebem o Bolsa Família, quando elas vão parar de receber? Quando vão dar uma oportunidade? O governo precisa responder essas questões”.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.