‘Não é razoável que os filhos interfiram no governo’, diz Doria sobre crise na gestão Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2019 14h36
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Jovem Pan João Doria foi o convidado do Pânico nesta terça-feira (19)

O governador de São Paulo, João Doria, comentou a crise no governo federal que culminou na exoneração do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, nesta segunda-feira (18). Toda a crise foi ampliada pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, que desmentiu Bebianno no Twitter e foi endossado pelo pai. “Situação de família não deve se misturar com situação de governo. É muito bom que um pai ame seus filhos, mas não é razoável que os filhos interfiram no governo”, afirmou Doria em entrevista ao Pânico nesta terça-feira (19).

O ex-prefeito de São Paulo lembrou que os três filhos de Bolsonaro têm mandatos legislativos e não estão no governo federal. “Misturar família com governo, administrar interferências em governos, não é bom. Espero que esse episódio sirva de lição para o governo”, disse. “Se não tivermos a reforma da Previdência, dificilmente vamos ter a recuperação econômica. Episódios como esse não contribuem nesse sentido.”

Principal liderança do PSDB depois das eleições, João Doria rechaçou as indicações de que o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso seja contra o governo Bolsonaro. “Não vejo o FHC contra o Bolsonaro e contra o governo”, disse. “Como governador, tenho uma obrigação executiva de torcer muito pelo Brasil e para o que o governo Bolsonaro dê certo”, explicou. “Teremos a visão crítica quando houver erros”, ponderou.

O governador, no entanto, afirmou que ainda não pensa em se candidatar à presidência nas eleições de 2022. “Não é hora de debater esse assunto, temos que governar e governar bem”, disse. “O tema agora é fazer boa gestão a frente do governo de São Paulo, e o Bolsonaro fazer boa gestão a frente do governo federal.”

Segurança Pública

Prestes a completar dois meses no governo de São Paulo, João Doria comemorou os avanços na segurança pública. “Tivemos 2.154 presos em 45 dias, não aumentamos o contingente ainda, estamos usando a mesma estrutura, mas com comando”, afirmou. “Boa gestão, polícia nas ruas e bandido na cadeia”, resumiu o governador.

Doria ainda comentou a operação que transferiu Marcola e outros 21 presos considerados líderes de facções criminosas de São Paulo para outros estados. “A operação foi bem sucedida, não vazou nada, absolutamente nada. Apenas 14 pessoas tinham a informação de quando e como isso ocorreria”, explicou. “Estou cumprindo o que prometi, não daríamos a menor moleza para o PCC e nenhuma outra facção criminosa”, disse o ex-prefeito, ainda prometendo a inauguração de novos presídios até o fim do ano que serão administrados pelo setor privado.

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