“Não há como acabar com a corrupção”, afirma Dr. Roberto Livianu

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2015 14h24
Bruna Piva / Jovem Pan

Nesta quarta-feira (19), Dr. Roberto Livianu, doutor em direito pela USP e Presidente do Movimento do Ministério Público Democrático participou do programa Pânico e conversou, entre outras coisas, sobre corrupção, ética e sociedade.

“Não há como acabar com a corrupção, nós sempre teremos corrupção, como sempre teremos violência, como sempre teremos desigualdade. Nós precisamos controla-la. Existem interesses, existem vontades, existe toda uma estrutura de poder. Você precisa mobilizar a sociedade, educar as novas gerações, dissipar práticas como o nepotismo, enaltecer a importância da honestidade e da vivência coletiva”, afirmou.

O promotor falou ainda sobre o conturbado momento político vivido pelo país após diversas as denúncias de corrupções em empresas estatais e como isso poderá influenciar os próximos anos.

“O Brasil vive uma crise ética, uma crise de valores. Essas prisões que estão acontecendo tem uma simbologia muito forte. Não estamos prendendo o dono do bar da esquina, mas sim os donos das maiores empreiteiras do país. Além disso, o mundo vive um momento extremamente individualista, o outro é invisível. E isso tem relação direta com a corrupção, porque quando a pessoa desvia dinheiro público, ela entende que a vitima é invisível, como se aquilo não pertencesse a ninguém”, reiterou.

Jeitinho Brasileiro

A famosa expressão ‘jeitinho brasileiro’ já está há tempos no vocabulário popular das pessoas, sobre isso, Dr. Roberto relacionou a ideia com a percepção de justiça existente.

“Essa expressão tem várias interpretações e uma delas é muito positiva. O jeitinho pode ser visto como um jeito generoso, flexível, isso é uma coisa boa. O que é ruim é você tentar entortar a lei, você não respeitar o outro. Quando alguém leva vantagem automaticamente está prejudicando a todos”.

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