“Necessidades no Brasil são tão urgentes que cultura e educação ficam secundárias”, diz Seu Jorge

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2015 14h10
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Bruna Piva / Jovem Pan <p>Cantor revelou que agenda de shows tem se dividido entre Brasil e exterior</p>

Nascido na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, em meados dos anos 70, Seu Jorge é uma das vozes mais marcantes da música brasileira, unanimidade entre o público. Mas nem sempre foi assim, sua infância foi marcada pela pobreza, pelo assassinato do irmão e também os três longos anos em que morou na rua.

O cantor esteve nesta quinta-feira (20) nos estúdios do programa Pânico e conversou sobre diversos assuntos. Atualmente morando em Los Angeles, ele garante que não se mantém completamente afastado do Brasil, mas que a mudança foi importante para aprimorar sua carreira e principalmente por mantê-lo próximo do mercado internacional.

“Eu não deixei de ser sociedade participativa por ter ido morar nos Estados Unidos. Quando fui chamado era um convite para fazer o filme do Jimi Hendrix, achei interessante, aproveitei que as minhas filhas ainda são pequenas e fui. Lá existe uma especialização muito importante para a comunicação em geral. Você tem que estar perto, porque são coisas que você espera uma carreira inteira para acontecer”.

Questionado se ele acredita que a falta de investimento em cultura atrapalha o desenvolvimento do país, Seu Jorge defende que o problema não é culpa da população e que inclusive os artistas daqui tem um histórico combativo por natureza.

“Os Estados Unidos é um pais onde a cultura e a comunicação não tem nenhuma outra função a não ser o entretenimento. Aqui não, arte tem que instruir, ensinar, a música às vezes substitui a literatura, porque muitas pessoas não leem, então o cara canta os sambas enredos procurando entender a história do Brasil. As necessidades aqui são muito urgentes, acaba que cultura e educação ficam como matérias secundárias”, completou.

Encontro

Em turnê com o show “Os 2 Jorges”, com Jorge Ben Jor, o cantor se revelou grande fã do parceiro e conta que o público poderá conferir os maiores clássicos da carreira de ambos.

“É sempre um prazer tocar com ele. É genial, influenciou quase tudo que a gente tem aqui. Uma curiosidade é como ele apresenta suas composições, quase sem parceiros, todas as músicas são inteiras dele. Ele é o próprio gênero, eu olho para ele assim como eu percebo o Bob Marley, um artista atemporal, que não tem como você olhar para o reggae sem relacioná-lo”, completou.

Em único show em São Paulo, eles se apresentarão no próximo dia 12 de setembro, no Espaço das Américas.

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