“Parecem Jeeps na África”, critica Thiago Martins sobre passeios turísticos nas comunidades do Rio
Com pouco mais de 10 anos de carreira, Thiago Martins hoje vive um momento bem consolidado na vida profissional e pessoal. Descoberto através do grupo teatral “Nós do Morro”, que atua no Vidigal, Rio de Janeiro, ele teve sua maior projeção logo aos 13 anos.
“Eu tinha feito alguns filmes antes, fora do país, mas eu era bem pequeno. O primeiro com bastante visibilidade foi ‘Cidade de Deus’. Foi um divisor de águas, principalmente para gente, que vem de comunidade”, disse em entrevista ao Pânico, nesta terça-feira (15).
Questionado se já sofreu preconceito por conta da origem humilde, ele garante nem se importar com o que falam e, que se aconteceu, sequer deve ter percebido.
“Nem tinha tempo pra isso, minha vida foi sempre tão correria, que isso aí foi só uma vírgula, não ligo muito para o que falam de mim, faço o meu trabalho e é isso”.
O romance de cerca de três anos com a também atriz, Paloma Bernardi, parece ir de vento em polpa e o ator foi supercarinhoso ao comentar sobre a cumplicidade do casal.
“Eu tenho uma relação muito tranquila com a Paloma, ela é uma grande parceira e a gente tem vivido um dia de cada vez. Ela faz um trabalho lindo, não tenho ciúmes”.
Vidiga na Social
Mesmo não morando mais no morro do Vidigal, o ator faz questão de tocar um projeto social que tem em parceria com amigos.
“Eu tento fazer um futebol com grandes amigos e arrecadar para distribuirmos cestas para o pessoal. É muito louco, porque durante o ano eu vou tentando em grandes empresas e as respostas são quase sempre negativas, nós vamos muito mais na garra do que contando com patrocínio”, contou.
E criticou a glamourização das favelas, em que empresas fazem eventos e passeios, como se fossem “Jeeps na África, visitando animais”, mas que contribuem muito pouco para o desenvolvimento da região.
“Há dez anos atrás o Vidigal era um lugar totalmente excluído, agora virou uma moda. As pessoas vão para tirar foto no mototáxi e isso me incomoda um pouco. Por um lado eu acho até válido, pelo fato de misturar todo mundo, tem isso de positivo. Mas as empresas que agora fazem festas lá, levando gente para visitar o morro, podiam também fazer algo pela comunidade”, completou.
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